Por que Vane quer controlar o Conselho de Saúde?
Editorial do Itabuna Notícias:
O governo do prefeito Claudevane Leite tem hoje uma ideia fixa: controlar o Conselho Municipal da Saúde. Tanto interesse em assumir as rédeas de um órgão fiscalizador desperta dúvidas, questionamentos e suspeitas, trazendo à memória o dito popular de que “quem não deve, não teme”. Qual o temor do governo?
Em entrevista que será publicada neste fim de semana, no jornal ITABUNA NOTÍCIAS, a presidente do conselho, Maria das Graças Souza dá seu palpite. Segundo ela, a iminente volta do comando único da saúde, perdida após um festival de maracutaias no governo do ex-prefeito Fernando Gomes, é o motivo por trás da intenção de Claudevane Leite de ter um colegiado submisso. Mas esse projeto subverte a própria essência do conselho, que deve representar a sociedade e não governo A ou B.
A quem interessa um conselho que possa fazer vistas grossas diante de eventuais irregularidades? Não que se esteja aqui levantando suspeitas indevidas ou desmerecendo o princípio a presunção da inocência. Mas, em se tratando de governos e seus múltiplos e variados interesses, toda preocupação é legítima.
Maria das Graças levanta outra questão. O comando único é muitas vezes apresentado pelo governo como a solução para todos os problemas da saúde pública em Itabuna, mas os respeitáveis gestores omitem que o município jamais deixou de ter a gestão da atenção básica (vale dizer, dos postos de saúde dos bairros), o que não impede quase todas essas unidades de serem verdadeiras pocilgas.
É certo que a entrada de mais recursos nos cofres da Secretaria Municipal da Saúde não consiste na panaceia que muitos vendem. Mudar a gestão, torná-la mais eficiente, operosa, criativa e inteligente é o que pode fazer a diferença. No entanto, as duas preocupações mais notáveis no momento são: o dinheiro que vai entrar e o conselho que se pretende calar.
O foco nesses dois pontos preocupa a presidente do CMS e merece a atenção de toda a sociedade itabunense, bem como do Ministério Público. Afinal, não é de hoje que se sabe: em se tratando de administração de recursos públicos, toda vigilância é pouca.
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