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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

PERVERSÃO DO APETITE


A jovem Tempestt Henderson, de 19 anos, tem uma estranha compulsão. Ela é viciada em comer sabão e chegou a consumir cinco barras e caixas do produto em pó por semana, uma prática que pode causar inflamações graves nos órgãos do sistema digestivo.
Tempestt, que mora na Flórida (EUA), contou ao jornal britânico Daily Mail que sabia que comer sabão era perigoso, mas ignorou os avisos da embalagem e começou a lamber o produto diariamente. Depois, ela passou a consumir as bolhas de sabão durante o banho.
No chuveiro, eu gosto de me ensaboar com um sabonete verde e lamber as bolhas. À medida que o sabão se desintegra, eu coloco um pedacinho na minha boca e chupo. É divino.
A jovem foi diagnosticada com um transtorno alimentar chamado Pica (o nome vem do pássaro Pica pica, conhecido por ter um apetite bastante estranho, sem grandes limitações). Quem tem esse problema sente vontade de comer substâncias não nutritivas e não aceitas culturalmente, como terra, cabelo, cinzas de cigarro e plantas.
Roberto José Carvalho Filho, gastroenterologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), diz que o transtorno é conhecido como uma “perversão do apetite” e não tem suas causas completamente esclarecidas.
Ele diz que no Brasil o tipo mais comum do problema é o que aparece em crianças que comem terra, em razão de terem anemia ferropriva, que é a falta de ferro no organismo.
Isso acontece em pessoas que não estão bem nutridas. Parece uma tentativa do corpo de repor a quantidade de ferro, de forma intuitiva. Mas não se sabe exatamente o mecanismo que provoca isso.
Para resolver o problema, é preciso tratar a anemia. Existem outros casos, como de pessoas que arrancam fios de cabelo e depois comem, que são associados a problemas psicológicos ou a retardos mentais.
Sabão em pó
Os médicos que tratam de Tempestt dizem que ela pode ter desenvolvido o transtorno por causa do estresse e de certos problemas pessoais, como o rompimento com o namorado ou o fato de ela ter de se mudar de casa para fazer faculdade.
A universidade fica a cinco horas de viagem de casa, da minha família, e o estresse ficou maior. Sem namorado e com a minha família a milhas de distância, eu fiquei só, triste e deprimida. Eu comecei a consumir sabonete e sabão em pó e o problema ficou maior.
Amália Maria Amorim Viana, gastroenterologista do HUB (Hospital Universitário de Brasília), conta que o “abandono familiar” pode causar mesmo o problema.

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