D´O Globo
Das milhares de mulheres que protestaram e defenderam suas bandeiras nos
primeiros cinco dias da Cúpula dos Povos, uma em especial angariou a atenção do
público. Estudante de história na Universidade Federal de Alagoas, a cearense
Brígida de Souza, mais conhecida como Riquezinha — um apelido que não lhe agrada
muito — se tornou, sem querer, a musa do evento.
A nomeação involuntária ao posto aconteceu depois de a moça de 22 anos,
homossexual assumida, ter sido flagrada desfilando com os seios à mostra durante
a Marcha das Mulheres, manifestação que fechou as ruas do Centro da cidade na
última segunda-feira.
Brígida faz parte do Tambores de Safo (em homenagem à poetisa grega) e divide
seu tempo entre os livros de faculdade e a luta feminista em prol das lésbicas e
das mulheres negras. Surpresa com a repercussão do topless, a estudante preferiu
andar nesta terça-feira pelo Aterro do Flamengo, onde o evento acontece, com os
cabelos presos por uma boina e com óculos escuros:
- Na verdade, não programamos tirar a blusa. Estava fazendo muito calor e um
homem que estava do nosso lado tirou a camiseta. Me perguntei: por que ele pode
e eu não posso? Por que sou mulher? — questiona ela.
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