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segunda-feira, 11 de junho de 2012

JORNAL A REGIÃO


Estudo cita Itabuna entre as piores em saúde
básica na Bahia e confirma que o município está muito longe de oferecer atendimento adequado para a população.
posto de doença

A culpa pelo caos no setor pode ser creditada, em parte, à politização do setor, onde o secretário de Saúde, Geraldo Majela, foi indicado pelo deputado Augusto Castro e a direção do Hospital de Base está sob o comando político de outro deputado, Gilberto Santana.
A calamidade, que há anos é sentida pelos moradores, acaba de ser confirmada em estudo realizado pelo Ministério da Saúde, que constata que a Prefeitura de Itabuna não consegue colocar em pleno funcionamento a maioria dos programas na rede de atenção básica.
Hoje, com mais de 205 mil habitantes, Itabuna não lembra nem de longe o município que já foi referência na área de saúde. A realidade é mostrada no Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (IDSUS) de 2011, que acaba de ser divulgado.
Foi comprovado, por exemplo, que Itabuna não conta com a quantidade ideal de equipes básicas de saúde e de saúde bucal, e que o atendimento às gestantes é precário.
Os dados mostram que Itabuna tem, entre os muitos itens avaliados, desempenho pior que municípios menores como Coaraci (5,63), Itajuípe, Itapé (5,79), Itororó (5,61) e Camacan (5,80). A nota geral do município foi de 5,30, contra 6,02 de Firmino Alves e 6,49 de Itajuípe.
O estudo revela que nos dois últimos municípios os serviços realizados pelas equipes de saúde da família e saúde bucal merecem nota 10. Já em Itabuna foi de 5,85 para o primeiro item e 7,45 para o segundo.
Muito baixo
Foram avaliados mais de 20 quesitos da Atenção Básica, das Atenções Ambulatorial e Hospitalar, e das Urgências e Emergências. Itabuna tem nota abaixo de 6 em mais de 90% deles, com o pior desempenho em serviços nos quais muitos municípios menores têm políticas eficazes.
A pesquisa revela que a Secretaria de Saúde praticamente abandonou as ações de escovação dental, deixando o município com a ridícula média de 0,02. O atendimento de alta complexidade também foi muito mal avaliado, com nota 1,80 para o item internações clínicas-cirúrgicas.
O melhor desempenho foi para o quesito “proporção de cura de novos casos de hanseníase” e os serviços de tratamento de pacientes com tuberculose mereceram nota 9,24.
De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (Seseb), no ano passado foram registrados 62 novos casos de hanseníase em Itabuna e 151 novas notificações de tuberculose. A segunda doença matou cinco pessoas no município do sul da Bahia.
Dificuldades
A pesquisa revela que os maiores municípios da Bahia enfrentam mais dificuldade para oferecer atendimento de qualidade na rede básica de saúde. Em Ilhéus, os serviços realizados pelas equipes de saúde mereceram nota 5,86 e de saúde bucal 5,84.
Em Camaçari foi de 6,92 para o primeiro item e 5,76 para o segundo. O município de Barreiras ficou com rendimento de 5,30 e 8,13; em Feira de Santana, o atendimento das equipes da saúde da família mereceu nota 6,45 e saúde bucal 4,85.
Já Eunápolis obteve nota 5,86 para a primeira opção de serviço e 10 para o programa de saúde bucal. Isso significa que todos os bairros do município têm cobertura no segundo tipo de atendimento.
O pior desempenho entre os maiores centros é o de Salvador, que ficou com notas 3,12 e 3,36. Porém esses municípios têm índices melhores em outros 15 itens, entre os quais os serviços de média e alta complexidade. Na foto, o secretário de Saúde de Itabuna, Geraldo Majela.

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