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terça-feira, 28 de julho de 2015

ITABUNA 105 ANOS




A cidade de Itabuna nasceu às margens de um rio: o rio Cachoeira. Isto demonstra a irresistível atração que o ser humano tem pela água. As maiores civilizações do mundo surgiram às margens de rios, como o Nilo, o Tigre e Eufrates, o Yang-tse-Kiang. As principais cidades brasileiras ficam às margens de rios, como as de São Paulo, Recife, Aracaju, Porto Alegre, Manaus, Belém, entre outras.
O primeiro núcleo que deu origem à cidade de Itabuna nasceu arraial de Tabocas. O nome Tabocas, segundo Gonçalves (1960), surgiu quando, em 1849, ao se efetuar a abertura da mata na margem esquerda do rio Cachoeira, havia um jequitibá que deu muito trabalho para ser derrubado. “Dos machadeiros, o que cortasse mais ligeiro, daria taboca no companheiro. Assim aconteceu. O pessoal que assistia o desafio gritou: Taboca! Taboca! Tomou taboca! Daí se originou
o nome desse lugar que ficou conhecido como Pau da Taboca” (p. 30). Há ainda outras versões para a origem do nome. Andrade (1986, p.  16), por exemplo, escreve que “em 1867, quando aqui chegaram os parentes de Félix do Amor Divino e teve início o desbravamento das matas em ambas as margens do rio Cachoeira, começaram a surgir as primeiras ‘tabocas’ (roças)”. Félix Severino de Oliveira (também conhecido como Félix Severino do Amor Divino), segundo o mesmo autor, foi um sergipano vindo da Chapada dos Índios, Sergipe.  Na margem direita do rio Cachoeira, o Sergipano construiu a primeira casa do local, na realidade, uma pequena cabana. Este local passou a
se chamar de Marimbeta (hoje bairro Conceição). Se o primeiro nome dado ao local, que será mais tarde Itabuna, originou-se em consequência da derrubada do jequitibá ou da formação das primeiras tabocas, o certo é que o fato está relacionado ao desbravamento para a formação das primeiras lavouras nestas paragens. Jorge Amado assim descreve a Tabocas da época, e já acena para a mudança do nome para Itabuna:
“Primeiro não teve nome, quatro ou cinco casas apenas à margem do rio.
Depois foi povoado de Tabocas, as casas se construindo umas atrás das outras, as ruas se abrindo sem simetria ao passo das tropas de burros que traziam cacau seco. (...) Tabocas continuava um povoado do município de São Jorge dos Ilhéus. Mas já muita gente, quando escrevia cartas, não as datava mais de Tabocas e sim, de Itabuna. E quando perguntavam a um morador dali, que estivesse de passeio em Ilhéus, de onde ele era, o homem respondia cheio de orgulho: Sou da cidade de Itabuna.

Jorge Amado, s.d., p. 21 (a) Devido ao crescimento rápido do povoado de Tabocas, em 1906 o aglomerado foi elevado à categoria de vila e, à categoria de cidade, em 28 de julho de 1910 (Jornal A Época, 21 de agosto de 1943).
Com a emancipação do distrito de Tabocas, surge um novo município, a vila e termo de Itabuna, com sede no local chamado de "Cachoeira de Itabuna". Na verdade, o nome correto era Itaúna, nome de um afluente do rio Cachoeira, onde, no princípio do século XVIII foi fundada uma colônia de estrangeiros, provavelmente sírios e libaneses. Os membros dessa colônia só conseguiam falar em Cachuêrra du Tabuna, devido à dificuldade com a língua portuguesa. Aproveitando-se do fato, já que havia muita divergência a respeito do nome da nova cidade, o tipógrafo Pitágoras de Freitas lançou um pequeno  jornal com o título O Itabuna, nome que acabou sendo oficializado (Jornal Agora (Documento), 28 de julho a 03 de agosto de 1996). A versão mais conhecida e aceita sobre a origem do nome Itabuna, contudo, é a que é descrita por Jorge Amado, nascido em
Ferradas, à época fazendo parte do município de Ilhéus e que, com o desmembramento, passou a distrito de Itabuna: “(...) Itabuna, que em língua guarani quer dizer ‘pedra preta’. Era uma homenagem às grandes pedras que surgiam nas margens e no meio do rio e sobre as quais as lavadeiras passavam o dia no seu trabalho” (AMADO, s. d., p. 22 a).

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