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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

DO DIÁRIO DA BAHIA DE ITABUNA


Greve estoura e até a prefeitura "fecha" em Itabuna

Até o Centro Administrativo teve as atividades interrompidas no primeiro dia de greve (fotos: Gerson Teixeira/Diário Bahia)Até o Centro Administrativo teve as atividades interrompidas no primeiro dia de greve (fotos: Gerson Teixeira/Diário Bahia)
Os protagonistas dessa paralisação são os servidores municipais, que estão sem receber os salários de dezembro e o 13º – mais uma das "heranças" deixadas por Azevedo

O que todos temiam aconteceu. Uma greve por tempo indeterminado estourou na manhã desta terça-feira(29), em Itabuna. Os protagonistas dessa paralisação são os servidores municipais, que estão sem receber o salário de dezembro e o décimo terceiro.
No primeiro dia, o movimento teve uma adesão de mais de 70%, segundo avaliação da presidente do Sindiserv (Sindicato dos Servidores Municipais), Karla Lúcia. Funcionários de setores como Tributos, Adei (manutenção), Samu, Postos de Saúde e até do próprio Centro Administrativo (que foi fechado) "mergulharam" na greve.
Cerca de 40% dos grevistas se juntaram ao plantão, montado em frente à prefeitura. Munidos de cartazes, clamavam por dinheiro. "Nosso objetivo é alcançar todos os setores. Só que isso a gente trabalha com a consciência do trabalhador, a gente espera que ele venha participar dessa luta", disse Karla.
Como determina a lei, estarão sendo mantidos os 30% do quadro de serviços essenciais, como o Samu, por exemplo, enquanto durar a paralisação. As dívidas com os salários atrasados – em torno de R$ 7 milhões – fazem parte de um rombo deixado pelo governo Azevedo. Somando todos os débitos, a prefeitura teria que desembolsar, no mínimo, R$ 300 milhões, conforme cálculos da secretaria municipal da Fazenda.

Proposta indecente
No início da semana passada, o vice-prefeito e secretário de Planejamento, Wenceslau Júnior, se reuniu com representantes do Sindiserv, quando foi apresentada uma proposta de parcelamento em 16 vezes, rejeitada, por unanimidade, pela categoria. Desde então, um impasse foi criado, culminando com a greve. "A proposta foi indecente. A grande maioria, inclusive eu, ganha um salário mínimo e se você contabiliza isso aí em 16 vezes, dá menos de R$ 40 reais por mês, o que muito mal paga o dinheiro do pão", afirmou Karla Lúcia.
A sindicalista diz que entende o momento difícil pelo qual passa a atual administração, visto que o prefeito assumiu uma "herança maldita", deixada pelo seu antecessor. "A gente vem conversando desde a primeira semana, mas para o trabalhador interessa que ele é funcionário do município, e não de Vane nem muito menos de Azevedo", frisou.
Até o final da tarde de hoje (29), a prefeitura não havia sinalizado nenhuma contraproposta. Portanto, a expectativa é de que a greve continue nesta quarta-feira (30). Uma série de mobilizações e uma campanha "corpo a corpo", para convencer os demais trabalhadores a aderir ao movimento, estão programadas para esse segundo dia de paralisação. "Estamos montando nossa estrutura, porque nosso objetivo é montar um plantão durante o dia todo até a gente ter um retorno de, pelo menos, uma nova mesa de negociações, com apresentação de uma nova proposta", adiantou.
O Sindiserv já conversou com o Ministério Público do Trabalho e espera que o órgão possa intermediar as negociações.

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