Total de visualizações de página

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Saúde falsificada cresce 15 vezes no País

A apreensão de medicamentos irregulares cresceu 15 vezes no Brasil no último ano, impulsionada por remédios pirateados que simulam efeitos para o emagrecimento, aumento e definição de músculos (anabolizantes) e também contra impotência sexual. No alvo da falsificação estão ainda as medicações contra o câncer e doenças cardíacas.As informações são do Ministério da Justiça (MJ) que realiza as operações de combate à “saúde pirata”, em parceria com as polícias federais e estaduais e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na última sexta-feira, em uma operação em São Paulo e Minas Gerais para fiscalizar a legislação que agora proíbe exibir medicamentos nas gôndolas e prateleiras, agentes da Anvisa e da polícia encontraram grandes quantidades de remédios piratas, a maioria com o foco na impotência.A explicação para as drogas para disfunção erétil e também com fim estético (inibidores de apetite e anabolizantes) liderarem a falsificação está na lei de mercado que também rege o crime. “São pequenas e com alto valor agregado”, explica André Barcellos, secretário executivo do Conselho Nacional de Combate à Pirataria do MJ. A mistura entre preço mais alto e grande sucesso de vendas é o que justifica a preferência destes tipos farmacêuticos pelo comércio ilegal.Farmácias pequenas e internetDurante o ano de 2009, 316 toneladas de remédios falsificados foram apreendidas, o que representa aumento de 1480% em comparação com as 20 toneladas recolhidas em todo ano de 2008. Segundo Barcellos, as apreensões realizadas no ano passado mostraram ainda que são as farmácias – e não camelôs e barracas clandestinas – os locais que lideram a oferta dos medicamentos falsificados, contrabandeados e sem registro sanitário.“O problema dos medicamentos falsificados é mundial. A OMS (Organização Mundial de Saúde) já divulgou que esses remédios representam 10% do mercado farmacêutico de países desenvolvidos e 20% de países em desenvolvimento”, afirma o secretário. No Brasil, o problema virou questão de saúde pública. “Por isso, o acordo firmado no ano passado entre Ministério da Justiça, Anvisa e Polícia Federal para investir neste tipo de operação alavancou tanto o número de apreensões”, completa.As informações dos setores de inteligência das operações apontam que o Brasil está na rota de comercialização e consumo de medicamentos falsificados, mais do que no ramo produtivo de piratas. “Apesar disso, no ano passado, algumas investigações resultaram na descoberta de laboratórios clandestinos de produção”, diz Barcellos.Além das farmácias, em especial as de pequeno porte, a internet também é um dos principais pólos de venda dos medicamentos irregulares. Relatórios internacionais, como o produzido pelo Observatório de Violência da Europa, além da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) já alertaram sobre o “cyber crime” de remédios piratas. As estimativas dão conta que entre 25% e 50% das drogas comercializadas por sites são falsificadas ou irregulares.

Nenhum comentário:

Postar um comentário