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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Infecção urinária: por que esse problema atinge tanto as mulheres?

A infecção urinária é um problema predominantemente feminino: se você nunca passou por uma, certamente tem várias amigas que já sofreram com seus sintomas nada agradáveis, como a vontade de ir ao banheiro o tempo todo. Mas por que será que as mulheres são tão mais suscetíveis a desenvolver a doença? A resposta está na anatomia feminina.
Explica-se: a maioria dos casos de infecção é causada por uma bactéria chamada Escherichia coli, presente na flora intestinal. Ela costuma ser inofensiva para o intestino, mas quando atinge as vias urinárias provoca complicações. Com a evacuação pode ocorrer a contaminação da área adjacente ao ânus. É aí que entra a questão anatômica da mulher: a vagina fica muito próxima ao ânus; e a uretra, que conduz a urina para fora da bexiga, é mais curta que a dos homens. Ou seja, tudo facilita para que as bactérias que contaminam a região anal atinjam a bexiga e os órgãos mais internos se não forem rapidamente eliminadas.
Esse tipo de infecção pode atingir diversos níveis: desde a uretra até os rins, passando pela bexiga e os ureteres. Os casos mais frequentes acometem as regiões “baixas” e são chamados de cistites infecciosas. Elas causam dor, ardência, sensação de urgência para urinar e, em alguns casos, sangramento na urina. “Em situações mais raras, pode ocorrer febre, o que significa que a bactéria pode estar seguindo em direção ao rim. Neste estágio, as condições da pessoa são mais debilitantes, normalmente envolvendo, além da febre, dores nas costas”, explica José Carlos Truzzi, assessor médico em Urologia do Fleury. “Isso ocorre geralmente quando uma cistite não foi tratada da maneira correta, pois esse tipo de infecção tem tendência de ‘subir’ até atingir os rins e levar a situações mais graves.”
Para não deixar que isso ocorra, é importante que a mulher procure o médico logo aos primeiros sinais de infecção. “O histórico clínico da doença é muito clássico: a pessoa reclama de dor, pode ter sangramento na urina e uma sensação de que não urinou o suficiente. O diagnóstico é feito por um exame de urina tipo 1, com cultura para detectar a bactéria e antibiograma que facilita a escolha da medicação a ser prescrita. Outros exames são indicados quando há suspeita de comprometimento renal, como o ultrassom”, diz Truzzi.
O tratamento geralmente é feito com antibióticos, uma vez que se trata de uma infecção bacteriana. “No caso das cistites, o tratamento é de curta duração, de um a três dias. Se a infecção for mais complicada, pode durar duas semanas ou mais e até envolver internação hospitalar para tratamento endovenoso”, afirma o urologista.
A infecção urinária costuma atingir mais mulheres jovens e sexualmente ativas, mas não é transmissível, explica Truzzi. “A atividade sexual, no entanto, predispõe seu aparecimento. Algumas orientações, como evitar contato com as áreas adjacentes ao ânus durante a relação e urinar após o ato sexual ajudam a evitar a infecção. A higiene que a mãe ensina à filha desde pequena também é muito importante: enxugar e higienizar a região genital sempre observando o sentido da vagina em direção ao ânus, e não ao contrário.” É indicado também ingerir bastante líquido, todos os dias, para aumentar a frequência de idas ao banheiro – ao urinar, a pessoa limpa a bexiga e todo o canal urinário. “Por isso não é recomendável ficar longos períodos sem ir ao banheiro”, diz o urologista do Fleury.
Se a anatomia expõe todas as mulheres à infecção urinária, por que algumas têm mais episódios da doença que outras? O fato é que existe uma predisposição familiar às infecções urinárias. Portanto, se na sua família existem mulheres que sofrem do problema, reforce os cuidados com a higiene da região íntima e com as relações sexuais.

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