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domingo, 12 de dezembro de 2010

Servidor faturava R$ 3,6 mil com passagens


roubadas da Secretaria de Saúde de Itabuna. O ex-auxiliar de chefia do programa de Tratamento Fora do Domicílio (TFD), Abimael Santos Costa, contou em depoimento à delegada Maria das Graças Valadares como funcionava todo o esquema.
Ele desviava passagens que deveriam ser distribuídas para pacientes carentes que precisavam de atendimento médico em Salvador.
O ex-ocupante de cargo comissionado da Prefeitura de Itabuna contou que o desvio foi montado a partir de um convite feito, em junho deste ano, por quatro funcionários de uma empresa do transporte intermunicipal.
Pelo acordo, o acusado ficava com R$ 60 de cada passagem desviada e vendida e os funcionários recebiam R$ 23. No início, o esquema foi montado para negociar apenas as passagens de pacientes que desistiam da viagem de Itabuna para Salvador, ida e volta.
Ele disse que roubava as passagens e vendia ou deixava na empresa para ser comercializadas. Como o negócio estava dando certo e não rendia tanto dinheiro para a quadrilha, eles decidiram ampliar.
O servidor disse que roubou talões de requisição da sala da chefe do programa de Tratamento Fora do Domicílio, Rita de Cássia Gama, e passou fazer pedidos das passagens.
Responsável
Para não levantar suspeitas, negociavam 50% das passagens, depois o restante (30 bilhetes de ida e volta/Itabuna a Salvador). Cada passagem era vendida pelo valor normal, R$ 83 e o ex-ocupante do cargo comissionado ficava com a maior parte do dinheiro.
Abimael tinha facilidade para operar o esquema de desvio de passagens da Secretaria de Saúde de Itabuna porque, como auxiliar de chefia do FTD, era responsável por fazer o contato e retirar as passagens no guichê da empresa, na rodoviária de Itabuna.
O esquema começou a ser desmontado em outubro, quando a chefe do programa, Rita de Cássia Gama, passou a desconfiar por sempre faltar passagens para tratamento fora de domicílio. Naquele mês, ela fez o pedido de R$ 14 mil em passagens mas recebeu R$ 6 mil.
Segundo Abimael, Rita mesma decidiu retirar as passagens, mas ele, com medo do esquema ser descoberto, se antecipou, retirou os bilhetes e entregou à chefe.
O azar do acusado foi que, dias depois, a servidora ligou para a empresa e soube que só tinha direito a R$ 1 mil em passagens. Rita de Cássia também percebeu que duas folhas de talões de requisição desapareceram de sua sala.
Não restou alternativa ao acusado senão confessar o crime e entregar os comparsas. Ele contou que falsificou a assinatura da colega e disse que na prefeitura agia sozinho.
Nesta semana, a delegada Maria das Graças Valadares vai ouvir os quatro funcionários da empresa de ônibus. Na quinta-feira, prestou depoimento a chefe do setor de TTD.
Em nota, a assessoria de imprensa disse que, “ao ser informado do resultado das investigações, o Prefeito de Itabuna determinou o afastamento imediato do servidor e que a ocorrência fosse apurada de forma rigorosa junto às autoridades policiais”.

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