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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

SUS vai distribuir oito fitoterápicos em 2010

Prisão de ventre? Cáscara sagrada. Dores abdominais por problemas no fígado ou bile? Alcachofra. Gastrite? Espinheira santa, é tiro e queda. O uso terapêutico de plantas e ervas na cura de males da saúde não é novo. Mas o Sistema Único da Saúde (SUS) bancar medicamentos fitoterápicos é algo bem recente. A partir do ano que vem, os postos de saúde de 13 Estados terão oito fitoterápicos à disposição para serem prescritos pelos médicos da rede pública. "Os fitoterápicos são uma opção de origem vegetal. Com eles, pesquisas mostram que a possibilidade de efeitos adversos é menor", diz José Miguel do Nascimento Júnior, diretor do departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde (MS). Eles serão financiados com a verba que já é usada para a compra dos medicamentos da atenção básica – R$ 8,82 por habitante/ano, o que soma R$ 1,76 bilhão.
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»Chá verde emagrece? São seis os novos medicamentos – dois fitoterápicos (espinheira santa e guaco) já haviam sido introduzidos no SUS em dezembro de 2007– apresentados em forma de xaropes, cápsulas, comprimidos, gotas ou pomadas. Alcachofra, aroeira, cáscara sagrada, garra do diabo, isoflavona da soja e unha de gato, todos testados e com comprovação científica de sua eficácia (confira para o que são usados no quadro abaixo). A inclusão dos seis novos fitoterápicos faz parte do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, concluído e formalizado em 2008. "A discussão da fitoterapia no SUS é anterior ao próprio programa. Vários municípios brasileiros têm experiências de fornecimento de plantas, chazinho, acupuntura e outras terapias", afirma Nascimento Júnior. O Conselho Federal de Medicina aprova a iniciativa do ministério. Agora, é importante que os médicos saibam como prescrever os novos medicamentos disponíveis, procurando cursos de especialização em prescrição fitoterápica. "Essa opção terapêutica requer, para quem prescreve e para quem usa, a mesma cautela do medicamento tradicional", afirma Nascimento. Segundo o diretor do MS, os fitoterápicos são eficazes e seguros e uma alternativa terapêutica tanto quanto um medicamento sintético. "Até porque muitos sintéticos são derivados de plantas, como a digoxina (usada para tratamentos cardíacos)."

A cáscara sagrada é ótima no combate à prisão de ventre
O governo pretende, com a ampliação do programa, dar mais opções à base de plantas medicinais para a população. Os Estados não são obrigados a oferecer todos os medicamentos, como já acontece com a lista de fármacos da atenção básica. Cada secretaria estadual e municipal de saúde deve definir aqueles que serão distribuídos na rede pública de saúde, de acordo com a necessidade de cada região. Além de fornecer, a intenção é aumentar o número de fitoterápicos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "O programa visa ao estímulo da produção local, à geração de emprego e renda do produtor, à fixação do homem no campo e até à substituição de culturas, como do fumo pelas plantas medicinais", afirma Nascimento. A Alemanha, ele conta, tem nos fioterápicos uma opção muito forte e tradicional. Aquele país exporta modelos e inspira. "Seu sistema de saúde é muito bem calcado na questão dos fitoterápicos", diz.

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