Nesta quarta-feira (13), a igreja católica apresentou ao mundo o seu novo líder. O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio é o primeiro papa chamado Francisco.
Foi uma quarta-feira (13) de muita expectativa e ansiedade por parte dos fiéis, que, mesmo com o frio e a chuva, ficaram na Praça São Pedro o dia todo, de olho na chaminé da Capela Sistina. Pois a fumaça branca apareceu às 19h06 no Vaticano, 15h06 no horário de Brasília, sinalizando que a igreja já tinha um novo líder. Já com a identidade do papa revelada, alguns fiéis choravam, outros gritavam o nome “Francisco”.
A cidade dos papas esperava o futuro pontífice, e um Papa Emérito acompanhava o conclave pela TV. Ninguém podia negar que, na sede mundial do catolicismo, algo estava mudando.
Confinados na cidade-estado, nesta quarta-feira (13), os 115 cardeais eleitores rezaram uma missa na Capela Paulina. Às 9h30 da manhã, hora italiana, e 5h30 em Brasília, começaram a enfrentar os poucos passos que os separavam da Sistina. E, quem sabe, de outro futuro.
Um temporal cobriu de cinza a bela praça renascentista e barroca. Muitos esperavam o aviso. E o que se viu foi de novo foi uma nuvem preta. À tarde, a ansiedade de fiéis e turistas aumentou. Os telões foram acessos mais cedo do que de costume. A Praça de São Pedro ficou cheia.
Às 19h06, hora local, finalmente a decisão: uma fumaça branca invadiu o telhado da lendária capela. Roma já tinha um novo Papa. A praça entrou em euforia. E os sinos tocaram.
A multidão esperou com impaciência sob a chuva por pouco mais de uma hora. Todos olhavam para o balcão vazio da Basílica.
O comandado da Igreja passava para um jesuíta pela primeira vez na história. Um jesuíta que parece ter ido buscar na tradição franciscana a simplicidade com o nome de Francisco I. Uma escolha que pode significar reformas na Igreja.
Um Papa nem jovem, nem tão velho: 76 anos. De origem piemontesa, no norte da Itália, o Papa argentino falou em italiano e brincou: “Parece que meus irmãos cardeais foram buscar um Papa quase no fim do mundo”.
Agradeceu a hospitalidade de Roma e pediu uma oração ao Papa Emérito Bento XVI. A multidão acompanhou o pai-nosso e a ave-maria.
O Papa eleito afirmou que está iniciando um caminho com o povo, da caridade da Igreja, de fraternidade e amor. E pediu que, em silêncio, todos rezassem por ele.
Deu a benção urbi et orbi - à Roma e ao mundo.
O teólogo vaticanista Giovani Genari também ficou surpreso. “Francisco é um nome de muita responsabilidade, que pode querer dizer muitas coisas”, disse o teólogo.
O novo Papa era no conclave passado, em 2005, o candidato de Carlo Maria Martini, um dos cardeais mais progressistas que a Igreja já viu. Francisco I pode iniciar um pontificado de muita sobriedade. É considerado um homem sem luxos, de grande vocação para evangelização. Já viveu em Roma com os jesuítas. Quando tentaram oferecer a ele um cargo na cúria, respondeu: “Por favor, na cúria eu morreria”. E é justamente a Cúria Romana que pode perder com essa escolha.
Ao Vaticano, gostava de ir apenas quando era indispensável. Agora terá que viver lá. Quem sabe para poder mudar o que é preciso.
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