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domingo, 4 de maio de 2014

DO DIÁRIO BAHIA

Sindicato expõe queixas dos agentes de endemias em Itabuna

Por Celina Santos
Roberto Lima, presidente do Sindiacs-aceRoberto Lima, presidente do Sindiacs-ace
O presidente do SINDIACS-ACE (Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate a Endemias), Roberto Lima, expõe sobre as necessidades dos 650 profissionais que atuam nas duas áreas em Itabuna. Há seis anos à frente da entidade que representa 36 municípios, ele aponta a falta de material de trabalho e o assédio moral entre os principais problemas.

Uma queixa dos agentes de endemias é que o número de profissionais não está adequado para cobrir o município todo. Como o senhor analisa essa situação?
Ontem mesmo, nós tivemos uma reunião com o prefeito Claudevane Leite e o atual coordenador dos agentes de endemias, Renato, o secretário de Saúde, Plínio Adry, e discutimos também sobre essa questão. Não só ontem; desde antes que viemos discutindo essa questão da ampliação. Como existem poucos trabalhadores, pode ocorrer sobrecarga do trabalho. Porque ele termina sua área e tem que cumprir outra, pra não haver complicações no avanço da dengue em Itabuna. O índice diminuiu bastante, mas ainda é muito alto.
Haverá seleção para contratação de 139 agentes. Somando-se aos que já estão em atividade, esse número é suficiente para cobrir todo o território de Itabuna?
Com a entrada desses contratados, vai resolver boa parte dos problemas. Itabuna vai estar coberta com a quantidade de trabalhadores que se exige para ocupar. Cada trabalhador visita aproximadamente mil imóveis por mês – de 20 a 25 por dia – e às vezes acontecem alguns mutirões nos finais de semana. Então, a entrada desses novos contratados vai ajudar bastante na diminuição da dengue.
E como está hoje a distribuição dos profissionais por área?
Essa é outra preocupação do sindicato. Muitas vezes, os trabalhadores têm que se deslocar para bairros distantes; tem gente que mora, por exemplo, no Fonseca e tem que ir pra Ferradas, Nova Ferradas... Então, com a realocação da quantidade de trabalhadores, vai poder zonear as áreas, pra que as pessoas possam trabalhar perto do seu domicílio. Porque o agente trabalhando no seu bairro, ou numa área próxima, a população já vai ter uma pessoa com quem contar. Também estamos preocupados com a questão da identificação, porque sabemos que o avanço da criminalidade, dos roubos que vêm acontecendo em vários lugares do Brasil, muitos moradores se preocupam com a identificação do agente. E nós temos cobrado da gestão para que além da farda, se tenha o crachá. É mais uma prova para as pessoas saberem que é um trabalho lícito.
Outra queixa recente dos agentes é que estava faltando material básico de trabalho, como caneta para preencher as fichas nas visitas. Como está esse problema?
Além de a farda estar desgastada há muito tempo, falta material gráfico. Estamos no segundo ano do governo e estamos discutindo isso; tivemos problemas com licitações, porque a Secretaria de Saúde dependia da de Administração para fazer as licitações. Hoje, a Secretaria de Saúde tem licitação própria e nas negociações da campanha salarial – dia 08 de maio será a próxima reunião – estamos discutindo a falta de material, pra resolver esse problema. Porque não dá pra trabalhar sem caneta, sem lápis e sem material gráfico.
Que outras reivindicações constam como principais na campanha salarial dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate a Endemias?
Nós estamos brigando por um piso salarial de R$ 1.302. Hoje, o salário-base é de R$ 1.050. Os agentes comunitários também têm se queixado da falta de material de trabalho, fardamento e identificação. Esse problema vem desde a gestão passada. Outra questão que estamos discutindo é o assédio moral. Cada supervisor e coordenador tem um entendimento diferente do outro: quando tem paralisação, uma assembleia, diz que vai cortar o dia, ameaça disso e daquilo outro. Os agentes não são culpados pela gravidade dos altos índices da dengue no município. Então, essa pressão psicológica acaba acarretando um desgaste emocional. Muitos trabalhadores estão com problema de depressão, de coluna, acabam pedindo atestado médico, isso tem acontecido muito.

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