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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O que é preciso saber sobre o risco cardiovascular

Próximo ao Dia Mundial do Coração – comemorado este ano no dia 27 de setembro -, cardiologista responde às perguntas mais frequentes sobre as doenças que mais matam no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 31,5% dos óbitos no Brasil são provocados por problemas cardiovasculares, sendo esta a primeira causa de morte entre a população brasileira. A Organização Mundial da Saúde (OMS) calculou o quanto os países perdem em “anos produtivos” de suas populações afetadas pelas doenças crônicas a cada ano. Esses dados mostram que os países em desenvolvimento, como o Brasil, perdem todos os anos o equivalente a 20 milhões de vidas produtivas. Nesse contexto, o médico Jairo Lins Borges, cardiologista do Instituto Dante Pazzanese, explica as características da doença cardiovascular e dá dicas para prevenir esse mal.
1) Quais são os principais problemas cardiovasculares?
R: A doença coronária (doença relacionada ao coração) e o Acidente Vascular Cerebral (AVC) são os principais problemas cardiovasculares e uma das principais causas de mortalidade no Brasil.
2) Quais fatores estão diretamente relacionados com o risco cardiovascular?
R: Os maus hábitos alimentares, a falta de exercícios físicos e o estresse têm contribuído para o aumento de problemas cardiovasculares, inclusive em pessoas mais jovens. Além disso, existe uma preocupação com pacientes que até então estavam fora da faixa de risco, o grupo de pessoas com idade entre 35 e 50 anos. Temos visto em algumas situações casos de morte súbita mesmo em pessoas jovens, sendo que entre 20% e 25% são causados por problemas coronários ainda não diagnosticados.
3) Quais as causas e sintomas dos problemas cardiovasculares?
R: Em alguns pacientes, a causa da doença pode não ser conhecida; no entanto, diferentes fatores podem levar a alterações cardíacas e dos vasos sanguíneos como: tendência hereditária, obesidade, diabetes, vida sedentária, pressão alta, estresse, consumo excessivo de sal e de bebidas alcoólicas. Trata-se de uma doença que pode ser silenciosa por muito tempo ou apresentar sintomas vagos e comuns a outras doenças como: dor de cabeça, tontura, cansaço, enjôos, falta de ar e desconforto inespecífico no peito.
4) É verdade que a incidência de problemas cardiovasculares está aumentando entre adultos jovens? Por quê?
R.: Sim. Isso acontece porque as pessoas com menos de 40 anos estão desenvolvendo maus hábitos desde cedo, como o sedentarismo e a má alimentação, com uma dieta rica em sal, açúcar e gordura. Além disso, temos uma média de 20% de fumantes entre a população adulta jovem. Esse conjunto de situações favorece a migração das doenças cardiovasculares para uma faixa etária menor. E vale ressaltar que entre os mais novos, as doenças cardiovasculares costumam ser mais graves e muitas vezes estão relacionadas ao tabagismo. Outro fato que tem chamado muito a atenção é que mesmo crianças e adolescentes estão ficando obesos e desenvolvendo, por exemplo, diabetes tipo 2 – um dos principais fatores de risco para problemas cardiovasculares -, o que certamente terá reflexo no futuro.
5) Quais são os impactos da doença cardiovascular quando ela atinge uma pessoa ainda em idade produtiva?
R.: Como se trata de uma população que ainda tem muito a oferecer em termos de trabalho para o país, a redução dos anos produtivos causada pelas consequencias das doenças cardiovasculares pode ter impacto na sociedade e na economia, como aposentadoria por invalidez e pensão por morte.
6) Quais medidas podem ser tomadas para reverter esse quadro?
R: Para controlar o problema, os médicos são unânimes: orientam que as pessoas adotem hábitos melhores – alimentação saudável, prática regular de exercícios físicos e o abandono do tabagismo são fundamentais para a manutenção da saúde. Um ponto que precisa de muita atenção é o controle dos níveis de gordura no sangue, pois manter o colesterol baixo é uma das medidas que mais tem impacto na prevenção das doenças cardiovasculares. Também é recomendado o uso de ácido acetilsalicílico sob orientação médica, pois o tratamento pode reduzir significativamente a incidência de ataques cardíacos em pessoas com risco para desenvolver o problema. Além disso, é preciso pressionar o governo e a indústria alimentícia por novas regras para a fabricação de alimentos. Vale citar o exemplo de Portugal, onde recentemente as sociedades médicas conseguiram a aprovação de uma nova lei que reduz significativamente o teor de sal dos alimentos industrializados. Seria ótimo se tivéssemos algo semelhante no Brasil.
7) Como é feito o diagnóstico das doenças cardiovasculares?
R: O diagnóstico das doenças cardiovasculares é feito por exames clínicos e laboratoriais como exame de colesterol, teste de glicemia, avaliação de função do rim, teste ergométrico e medida da pressão arterial. Além disso, o paciente deve ficar atento à medida da circunferência abdominal. De acordo com diretrizes médicas nacionais e internacionais, as mulheres devem ter até 80 cm e os homens 94 cm, sendo que acima desses valores o paciente é classificado no grupo de risco.
Quais as dicas para manter a saúde do coração?
· Mude o seu estilo de vida e adote hábitos saudáveis (mesmo as crianças)
· Evite a ingestão em excesso de sal, açúcar e álcool
· Pratique atividades físicas regularmente
· Consuma mais fibras e aumente a ingestão de frutas e verduras para obter maior ingestão de potássio
· Use azeite de oliva
· Controle o estresse emocional
· Mantenha o peso ideal (IMC – Índice de massa corporal – entre 20 e 25 kg/m²).
· Reduza a ingestão de gorduras saturadas e carboidratos refinados
· Pare de fumar
· Meça a pressão arterial regularmente
9) Quais são as atuais recomendações para os pacientes de risco?
R: Três das principais sociedades médicas norte-americanas – American Câncer Society (ACS), American Diabetes Association (ADA) e a American Heart Association (AHA) – elaboraram um relatório com medidas de prevenção para as doenças cardiovasculares, diabetes e câncer. Dentre elas, destacamos: reduzir os níveis de colesterol, controlar o diabetes, parar de fumar, reduzir a massa corpórea, uso de ácido acetilsalicílico (Aspirina® Prevent, sob prescrição médica) e fazer prevenção de câncer regularmente.
Sobre Aspirina® Prevent- O medicamento é um anti-agregante plaquetário que impede a formação de coágulos nos vasos sanguíneos. Aspirina® Prevent é reconhecida como tratamento de referência na prevenção de ataques cardíacos ou derrames cerebrais recorrentes. O medicamento é aprovado em 36 países para a prevenção primária de doenças cardiovasculares. As doenças cardíacas e o AVC estão entre as principais causas de morte, atingindo 17,5 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. Estatísticas mostram que nos próximos 20 anos haverá um aumento de 250% no número de pessoas com problemas cardiovasculares no Brasil
Publicado em: 21 setembro, 2009

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