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sábado, 6 de junho de 2015

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Insegurança e falta de aparelho para aferir pressão no posto do Urbis IV

1 posto medico
No posto de saúde do Urbis IV, pacientes e funcionários "penam" com a precariedade

Os problemas enfrentados na Saúde em Itabuna, sobretudo em alguns postos médicos, saíram das salas e recepção e chegaram até as portas, literalmente falando. No bairro Urbis IV, por exemplo, a unidade Elson Duarte está com a porta de entrada com um dos vidros quebrados há algum tempo.
O incidente foi provocado por adolescentes que jogam bola, diariamente, na praça próxima ao posto. E não foi só a porta que eles quebraram. A janela também teve parte do vidro destruído. "O pior é que a gente não pode nem reclamar. É capaz de, no outro dia, eles [menores] chegarem aqui nos ameaçando. Temos medo", desabafou uma funcionária.
Sem recursos, os servidores tiveram que improvisar. Todos os dias após o encerramento do expediente, por volta das 16h30min, eles colocam um pedaço de tábua para tapar o espaço. Mero "paliativo", porque (pasmem!) a brecha dá para passar uma pessoa adulta e basta um pequeno esforço para entrar. O pior ainda está por vir: o local não dispõe de nenhum guarda municipal para fazer a segurança à noite.
O posto, inclusive, já foi invadido por bandidos, que entraram exatamente por esse espaço, na calada da noite. "Felizmente, só levaram cadeiras plásticas, porque deixamos as salas trancadas. Agora, até o que sobrou das cadeiras temos que colocar dentro das salas antes de sair", informou a funcionária.
De acordo com ela, quando é necessário ficar na unidade no horário de almoço, já que mora em outro bairro, mal consegue fazer a refeição direito, de tanto medo. "Fico apavorada de entrar alguém aqui. Isso deveria ser murado", opinou.
Equipamentos com defeito
Pensar que a falta de segurança é apenas parte das dificuldades é lamentável. Ainda no rol dos problemas infraestruturais está uma reforma que nunca terminou. A unidade ganhou mais duas salas e a obra foi abandonada. "Construíram mais dois vãos e não contrataram outra pessoa para a limpeza. É uma pessoa sozinha para limpar isso tudo", observou a servidora. Coincidentemente, quando estávamos lá, flagramos a colega da auxiliar de limpeza (de outro setor) pegando uma vassoura e ajudando a varrer o posto.
E mais: embora dois médicos se revezem no atendimento aos pacientes do Urbis IV e também do bairro Sinval Palmeiras, falta material. Até uns meses atrás, era feita uma triagem antes do atendimento. Tal procedimento fica a cargo de uma técnica de enfermagem. Profissional tem, mas o aparelho de aferir a pressão arterial está quebrado há mais de 20 dias.
Na tarde de terça-feira (02), um dos médicos estava com um equipamento e era ele quem media a pressão dos pacientes. No entanto, para nossa surpresa, o aparelho era emprestado. Pertencia a um aluno de enfermagem.
Tem odontólogo na unidade. Mas a dentista só vai mesmo para fazer encaminhamentos ou orientar seus pacientes. É que o equipamento da sala de odontologia também está quebrado há muito tempo. Procedimento de citologia há alguns anos não é feito naquela unidade. Isso porque não existe maca apropriada para o exame, apesar de a placa na recepção constar esse tipo de atendimento.
Do próprio bolso
Apesar do caos na unidade, os pacientes foram surpreendidos com um "ar" junino desde a semana passada. Enfeites como bandeirolas e balões, além de tecidos coloridos espalhados por todo o posto, até ajudaram a quebrar um pouco o clima um tanto sombrio.
Entretanto, não demorou muito para descobrirmos que todo o material para a ornamentação saiu do bolso dos funcionários do posto, incluindo os médicos. "Fizemos uma vaquinha, cada um contribuiu com 10, 20, 50, 100 reais. Não recebemos um único centavo de ninguém", disse uma funcionária.
E quando pensávamos que já tínhamos visto tudo, notamos um paciente revoltado porque não tinha água no bebedouro. O equipamento está com defeito.

2 porta quebrada
Nos detalhes, sem uma das vidraças, a porta principal serve de entrada também para os bandidos à noite

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