Insegurança e falta de aparelho para aferir pressão no posto do Urbis IV
No posto de saúde do Urbis IV, pacientes e funcionários "penam" com a precariedade
Os problemas enfrentados na Saúde em Itabuna, sobretudo em alguns
postos médicos, saíram das salas e recepção e chegaram até as portas,
literalmente falando. No bairro Urbis IV, por exemplo, a unidade Elson
Duarte está com a porta de entrada com um dos vidros quebrados há algum
tempo.
O incidente foi provocado por adolescentes que jogam bola,
diariamente, na praça próxima ao posto. E não foi só a porta que eles
quebraram. A janela também teve parte do vidro destruído. "O pior é que a
gente não pode nem reclamar. É capaz de, no outro dia, eles [menores]
chegarem aqui nos ameaçando. Temos medo", desabafou uma funcionária.
Sem recursos, os servidores tiveram que improvisar. Todos os dias
após o encerramento do expediente, por volta das 16h30min, eles colocam
um pedaço de tábua para tapar o espaço. Mero "paliativo", porque
(pasmem!) a brecha dá para passar uma pessoa adulta e basta um pequeno
esforço para entrar. O pior ainda está por vir: o local não dispõe de
nenhum guarda municipal para fazer a segurança à noite.
O posto, inclusive, já foi invadido por bandidos, que entraram exatamente por esse espaço, na calada da noite. "Felizmente, só levaram cadeiras plásticas, porque deixamos as salas trancadas. Agora, até o que sobrou das cadeiras temos que colocar dentro das salas antes de sair", informou a funcionária.
O posto, inclusive, já foi invadido por bandidos, que entraram exatamente por esse espaço, na calada da noite. "Felizmente, só levaram cadeiras plásticas, porque deixamos as salas trancadas. Agora, até o que sobrou das cadeiras temos que colocar dentro das salas antes de sair", informou a funcionária.
De acordo com ela, quando é necessário ficar na unidade no horário de
almoço, já que mora em outro bairro, mal consegue fazer a refeição
direito, de tanto medo. "Fico apavorada de entrar alguém aqui. Isso
deveria ser murado", opinou.
Equipamentos com defeito
Pensar que a falta de segurança é apenas parte das dificuldades é
lamentável. Ainda no rol dos problemas infraestruturais está uma reforma
que nunca terminou. A unidade ganhou mais duas salas e a obra foi
abandonada. "Construíram mais dois vãos e não contrataram outra pessoa
para a limpeza. É uma pessoa sozinha para limpar isso tudo", observou a
servidora. Coincidentemente, quando estávamos lá, flagramos a colega da
auxiliar de limpeza (de outro setor) pegando uma vassoura e ajudando a
varrer o posto.
E mais: embora dois médicos se revezem no atendimento aos pacientes
do Urbis IV e também do bairro Sinval Palmeiras, falta material. Até uns
meses atrás, era feita uma triagem antes do atendimento. Tal
procedimento fica a cargo de uma técnica de enfermagem. Profissional
tem, mas o aparelho de aferir a pressão arterial está quebrado há mais
de 20 dias.
Na tarde de terça-feira (02), um dos médicos estava com um equipamento e era ele quem media a pressão dos pacientes. No entanto, para nossa surpresa, o aparelho era emprestado. Pertencia a um aluno de enfermagem.
Na tarde de terça-feira (02), um dos médicos estava com um equipamento e era ele quem media a pressão dos pacientes. No entanto, para nossa surpresa, o aparelho era emprestado. Pertencia a um aluno de enfermagem.
Tem odontólogo na unidade. Mas a dentista só vai mesmo para fazer
encaminhamentos ou orientar seus pacientes. É que o equipamento da sala
de odontologia também está quebrado há muito tempo. Procedimento de
citologia há alguns anos não é feito naquela unidade. Isso porque não
existe maca apropriada para o exame, apesar de a placa na recepção
constar esse tipo de atendimento.
Do próprio bolso
Apesar do caos na unidade, os pacientes foram surpreendidos com um
"ar" junino desde a semana passada. Enfeites como bandeirolas e balões,
além de tecidos coloridos espalhados por todo o posto, até ajudaram a
quebrar um pouco o clima um tanto sombrio.
Entretanto, não demorou muito para descobrirmos que todo o material
para a ornamentação saiu do bolso dos funcionários do posto, incluindo
os médicos. "Fizemos uma vaquinha, cada um contribuiu com 10, 20, 50,
100 reais. Não recebemos um único centavo de ninguém", disse uma
funcionária.
E quando pensávamos que já tínhamos visto tudo, notamos um paciente
revoltado porque não tinha água no bebedouro. O equipamento está com
defeito.
Nos detalhes, sem uma das vidraças, a porta principal serve de entrada também para os bandidos à noite
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