O escritor J. Cabral aponta em seu livro "Religiões, Seitas e Heresias" que uma das peculiaridades das seitas religiosas é o exclusivismo que caracteriza os grupos. Vêem os adeptos de uma seita na pessoa do seu fundador um tipo de pessoa carismática que recebeu uma revelação especial de Deus e assim tornou-se o porta-voz exclusivo dessa vontade divina para os homens. Nenhuma pessoa, até a chegada desse líder, conseguiu interpretar a Bíblia de modo correto. E uma visão nova desconhecida de todos e recebida diretamente de Deus ("Religiões, Seitas e Heresias". J. Cabral. Universal Produções-Indústrias e Comércio, 3a. Edição, p. 18).
Essa é a característica da igreja denominada como Igreja sem nome ou Igreja Local. O fundador Witness Lee não poupa o reconhecimento dessa singularidade religiosa com que só poucos foram agraciados. Witness Lee assim declara: Essas palavras não são meramente um ensinamento, mas um forte testemunho do que tenho praticado e experienciado por mais de cinqüenta anos. Fui capturado por esta visão... Precisamos ter esta visão, e precisamos estar prontos para pagar o preço, até mesmo o preço de nossa vida, por ela ("A Visão da Igreja". Witness Lee. Editora Árvore da Vida, 1991, p. 12).
Afirma Witness Lee que uma pessoa fora da Igreja Local não pode entender o livro do Apocalipse, pois o livro não foi escrito para indivíduos, mas para a Igreja Local que ele fundou: Se estivermos fora das igrejas locais, não teremos posição ou condição para recebermos o livro de Apocalipse, pois este não foi escrito para cristãos individuais. Foi escrito para as igrejas locais, apesar do Senhor ter chamado crentes individuais para ouvi-lo. Precisamos estar na igreja local; então estaremos qualificados com a posição e a condição para aceitarmos este livro e ouvirmos o que o Senhor Espírito diz às Suas igrejas ("A Expressão Prática da Igreja." Witness Lee. Editora Arvore da Vida, Ia. Edição - 1989, p. 12).
A Igreja Local adota o mesmo argumento usado pelo fundador do mormonismo. Joseph Smith Jr. alegou que lhe foi revelado pelo Senhor Jesus em 1820, quando estava com a idade de 15 anos, e foi orar na floresta e Jesus lhe apareceu para lhe responder uma pergunta intrigante que ele fazia a si mesmo: Qual a Igreja verdadeira? Queria ele se filiar a uma, mas não tinha certeza de qual delas era a verdadeira. Numa visão Jesus lhe apareceu proibindo-o de filiar-se a qualquer igreja porque todas estavam erradas: seus credos eram uma abominação e os seus líderes eram corruptos. Justificou assim Joseph Smith a fundação da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, em 6 de abril de 1830, nos Estados Unidos. Isso é repetido freqüentemente pelos mórmons que aceitam piamente a visão do seu fundador ("Doutrina e Convênios" -"Escritos de Joseph Smith". Publicado por A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, pp. 50-60).
A Igreja Local usa do mesmo artifício do mormonismo, a diferença é que enquanto a Igreja Local fala do localismo da igreja, o mormonismo fala da restauração pelo nome da igreja. No entanto, freqüentemente os membros da Igreja Local utilizam a palavra restauração para afirmar que com o surgimento da Igreja Local, a igreja foi restaurada na terra: A restauração de Deus não começou no século vinte. Embora seja difícil fixar uma data exata para o seu início, é conveniente estabelecê-la na época da Reforma. A restauração passou por muitos estágios desde a Reforma, passando por uma restauração parcial da vida da igreja na Boêmia, sob a liderança de Zinzendorf prosseguindo para a revelação de muitas verdades preciosas da Bíblia por intermédio dos Irmãos de Plymouth e depois continuando até a genuína experiência da vida interior. Agora ela atingiu o seu estágio atual com, o estabelecimento das genuínas igrejas locais como a expressão do corpo de Cristo ("O Que Cremos e Praticamos nas Igrejas Locais", Editora Fonte da Vida, p. 5).
Admitir que as igrejas locais sejam as genuínas igrejas de Jesus Cristo implica reconhecer que todas as demais são falsas. É incrível que pessoas que se servem da Bíblia para mostrar que suas doutrinas se baseiam na autoridade da mesma consigam, ao mesmo tempo, negar a continuidade da Igreja fundada por Jesus no dia de Pentecostes (At 2.37-44). Jesus prometeu que as portas do inferno não prevaleceriam contra a sua Igreja (Mt 16.18). Será que não lhe foi possível manter a integridade da sua Igreja e que a Igreja por Ele fundada veio a apostatar, precisando ser restaurada porWitness Lee? Não prometeu Jesus estar conosco todos os dias até à consumação dos séculos (Mt 28.20)? Como aceitar essa declaração de Witness Lee em afirmar que com o estabelecimento das genuínas igrejas locais a igreja foi restaurada na terra? Isso é realmente uma característica do sectarismo - a exclusividade da revelação dada supostamente pelo Senhor Jesus ao líder fundador.
A Igreja Local de Witness Lee estabelece três pontos sobre sua posição em face das outras igrejas:
1) Denominacionalismo é pecado em detrimento do crescimento espiritual. A igreja precisa ser unificada: Na vida da igreja, posicionamo-nos pela unidade única do corpo de Cristo...Cremos que a oração do Senhor em João 17 será respondida na terra e que, quando formos aperfeiçoados em unidade, o mundo crera e saberá que o Pai enviou o Filho ("O Que Cremos e Praticamos nas Igrejas Locais", Editora Fonte da Vida, p. 12).
2) Só pode existir uma igreja em cada cidade e a Igreja Local é independente de todas as igrejas.
3) Os crentes devem quebrar sua lealdade às suas igrejas e estabelecer uma igreja local.
Não tente ser neutro. Não procure reconciliar as denominações com a igreja local. Você nunca conseguirá reconciliá-Ias. ("A Expressão Prática da Igreja", Witness Lee. Editora Arvore da Vida. 1 . Edição - 1989, p. 98).
Hoje em dia há principalmente dois tipos de crentes: uns são as denominações, incluindo a Igreja Católica Romana, e o outro é composto daqueles que estão fora das divisões e sobre a base correta ("A Expressão Prática da Igreja", Witness Lee. Editora Árvore da Vida. Ia' Edição - 1989, p. 128).
O catolicismo romano e o protestantismo, assim como o judaísmo, estão todos nessa categoria, tornando-se uma organização de Satanás, como seu instrumento para danificar a economia de Deus ("Apocalipse - Versão Restauração", Witness Lee. Editora Fonte da Vida. \. Edição - 1987, p. 28).
Visto que a Mãe das Prostitutas é a igreja apóstata, as prostitutas, suas filhas, devem ser todas as diferentes facções e grupos no cristianismo que mantêm, até certo ponto, o ensinamento, as práticas e as tradições da Igreja Romana apóstata. A pura vida da Igreja não possui nenhum mal transmitido da Igreja apóstata ("Apocalipse - Versão Restauração", Witness Lee. Editora Fonte da Vida, 1a. edição - 1987, p. 107).
Witness Lee nasceu em 1905 em Chefoo, região da China. Teve influências cristãs e budistas até que fez sua decisão por Cristo em 1925. Em 1927, Witness Lee começou a estudar a revista publicada por Watchman Nee e começou a pregar para esse movimento. Watchman Nee era membro da Igreja dos Irmãos de Plymouth e depois se separou e criou seu próprio grupo denominado o Pequeno Rebanho. Por vários anos, Lee presidiu o Pequeno Rebanho em Chefoo, até que foi convidado a se dirigir para Xangai para ajudar Nee no trabalho e isso durou até 1946. Depois que Nee foi preso, algumas diferenças de doutrinas e práticas entre Lee e outros dirigentes do Pequeno Rebanho contribuíram para a separação do grupo. Assim, Lee criou o seu próprio grupo em 1950, levando consigo muitos membros do Pequeno Rebanho e foi trabalhar em Taiwan e Filipinas. Em 1962, Lee fundou a primeira igreja em Los Angeles, EUA.
Embora Witness Lee repudie abertamente as denominações, afirmando que elas são divisões do corpo de Cristo, não pode negar, historicamente, que a Igreja Local é uma divisão de duas outras denominações.
Mesmo sem essa ocorrência, ele não pode negar essa condição ao declarar: No que diz respeito às questões financeiras, as igrejas locais estão legalmente registradas com relação ao governo, como entidades religiosas que não visam lucro ("O Que Cremos e Praticamos nas Igrejas Locais", Editora Fonte da Vida, p. 17).
Essa não é situação legal de todas as denominações de estarem registradas com relação ao governo como entidades religiosas? Isso não faz da Igreja Local uma denominação igual às demais? Sem dúvida que sim. Mas não é só isso. A Igreja Local é o resultado de uma segunda divisão de uma denominação. Era conhecida originalmente como Irmãos de Plymouth, surgidos na História em 1828.
Ironicamente, Witness Lee escreveu: Toda denominação foi estabelecida por algum mestre. A história da igreja mostra que sempre que e onde quer que houvesse um grande mestre, lá houve uma divisão ("A Expressão Prática da Igreja", Witness Lee. Editora Árvore da Vida, 1ª edição - 1989, p. 182). É exatamente isso que ele fez.
A Igreja Local alega freqüentemente que a sua igreja está alicerçada numa base correta. A expressão base correta da igreja quer dizer que num município só poder haver uma igreja que represente o corpo de Cristo ou a sua igreja. Quando indagados: Qual o nome da sua igreja? Respondem: As igrejas locais não têm um nome. 0 único nome que ostentamos e honramos éo nome do Senhor Jesus Cristo. Tomar qualquer outro nome é insultá-lo. O termo igreja local não é um nome; é uma descrição da natureza e expressão locais da igreja, isto é, a igreja numa localidade. Imprimir as palavras 'igreja local' com letras maiúsculas é um erro sério, pois isto dá a impressão que o nome é 'igreja local'. ("O Que Cremos e Praticamos nas Igrejas Locais." Editora Fonte da Vida Ltda., p. 13). A jurisdição de uma Igreja local deve abranger a cidade toda na qual a Igreja está; não deve ser maior nem menor que o limite da cidade. Todos, os crentes dentro daquele limite devem constituir a Igreja Local única naquela cidade ("Apocalipse — Versão Restauração", Witness Lee. Editora Fonte da Vida. \. edição - 1987, p. 16).
Lee quer nos levar a crer que a igreja só é representada em um ajuntamento em qualquer localidade. Em outras palavras, desde que haja uma Igreja Local em qualquer lugar, não pode existir outra igual.
A mais óbvia contradição do LOCALISMO na Bíblia é encontrada em Romanos 16.5: Saudai também a igreja que está em sua casa. Saudai a Epêneto, meu amado, que é as primícias da Acaia em Cristo. Paulo escrevendo à igreja em Roma indagou de vários membros e daqueles que se reuniam em casa de Aquila e Priscila. Embora vivessem em Roma, eles tinham uma igreja em sua casa, independentemente para quem Paulo estava escrevendo. Se Áquila e Priscila tivessem sido membros da igreja, ou se tivessem uma congregação submissa a ela, estariam presentes por ocasião da leitura da Carta aos Romanos. A Igreja local ensina que a base da unidade é o localismo, mas Jesus disse que a base é Ele próprio (Mt 7.24-27). Em outras palavras, se a nossa base de fé é uma fé viva em Jesus Cristo, não podemos falhar. Mateus 16.16-18 confirma isso. Pedro respondeu à pergunta de Jesus: E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.16). Jesus respondeu: Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16.18). A Igreja Local se acha com o direito de decidir qual é a verdadeira igreja em uma localidade ou jurisdição.
Apresentar os erros doutrinários ou prevenir as denominações contra a forma de agir da Igreja Local junto às denominações é classificado pela Igreja Local como perseguição religiosa. Quando outras igrejas discordam dos seus ensinos e práticas, seus líderes recorrem aos tribunais seculares. A Igreja Local tem vários processos nos Estados Unidos, China, Alemanha e no Brasil (Instituto Cristão de Pesquisas e ABEC- Associação Brasileira de Editores Cristãos) recorreram aos tribunais reivindicando direitos postergados.
A Igreja Local declara: Não importa se você é ou não religioso, pois desde que você persiga a igreja, você é parte do dragão ou pelo menos um com ele. Os judeus antigos pensaram que estavam lutando por Deus, mas não perceberam que estavam lutando com o dragão para perseguir o povo de Deus, e para acusar dano e estorvar a economia de Deus ("Estudo - Vida de Apocalipse", Witness Lee. Editora Arvore da Vida. Volume 2, 1988, p. 393).
O Jornal Batista, de 16 de setembro de 1990, trouxe uma advertência contra a Igreja Local mostrando sua intromissão entre os evangélicos na venda de sua literatura produzida pela Editora Arvore da Vida. Essa editora é a que edita os livros e outras literaturas produzidas para a Igreja Local. O artigo trazia o título A Seita Que surgiu Para Minar as Denominações. Dizia o artigo: Esse grupo, denominado por alguns como Igreja Local, penetra em nossas igrejas, pregando diversas distorções teológicas e eclesiásticas como: 'Cristo e o diabo, tornando-se um na cruz, Deus como um ator', a necessidade de destruirmos as denominações e suas estruturas, a não necessidade de líderes (pastores), a não entrega de dízimos, e outras heresias ("O Jornal Batista", Carlos Henrique Soares. 16-09-1990. p. 4). Foi repelido e a Editora Árvore da Vida ameaçou processar o Jornal Batista se não permitisse o direito de resposta no próprio jornal. Na edição de 30 de dezembro de 1990, na página 4, o Jornal Batista se viu obrigado a publicar a defesa deles- A defesa foi redigida nos seguintes termos: A Editora Árvore da Vida e os membros das igrejas que praticam a visão da unanimidade do corpo de Cristo em cada cidade vêm sendo vítimas de uma onda de calúnias e ataques irresponsáveis e mentirosos desde o segundo semestre do ano ("O Jornal Batista." Autor do texto: Editora Árvore da Vida. 30-12-1990, p. 4). Só porque o pastor batista fez um alerta no seu jornal se viu obrigado a ceder espaço para direito de resposta que apresentava estarem eles sendo: vítimas de calúnias e ataques irresponsáveis e mentirosas.
Ensinam que ir a qualquer denominação quando se visita uma cidade é entrar numa divisão porque para encontrar a igreja restaurada deve ir-se à igreja que está nesse município: Se você se mudar de São Paulo para Belo Horizonte, não precisa se preocupar quanto a qual igreja você irá. É tão claro. Você irá à igreja naquela cidade, à igreja local. Não irá a uma igreja chamada pelo nome de alguma rua, mas à igreja local naquela cidade; não à igreja de alguma casa ou de alguma universidade, mas daquela cidade. Se você entrar em qualquer outra coisa afora a igreja local daquela cidade, entrará numa divisão; se entrar na igreja daquela cidade, entrará na unidade ("A Visão da Igreja", Witness Lee, Editora Árvore da Vida Ltda., pp.10-11).
Por um lado, como vimos, há uma exortação para os membros da Igreja Local se manterem separados das demais denominações. Para não se misturarem. Por outro lado, na tentativa de conquistarem novos membros entre as denominações, infiltram-se entre elas, declarando que somos todos irmãos e que devemos manter essa unidade: Damos boas vindas a todos os verdadeiros crentes e buscamos comunhão com eles como nossos irmãos e irmãs em Cristo ("O Que Cremos e Praticamos nas Igrejas Locais." Editora Fonte da Vida, p. 1).
"Não ensinam que os membros das Igrejas Locais não devem ser neutros e que a mistura de preto com branco resulta em cinza? Como manter essa pretendida unidade se não for com o intuito de se introduzirem em nossas igrejas denominacionais para aliciarem pessoas?
9.1- O Uso da Bíblia
Assim Crê a Igreja Local:
Cremos que a Bíblia é a completa revelação divina verbalmente inspirada pelo Espírito Santo ("O Que Cremos e Praticamos nas Igrejas locais." Editora Fonte da Vida Ltda., p. 3).
Para a Igreja Local é coisa secundária entendermos o que lemos das Escrituras Sagradas. Declara: Tudo depende da liberação do espírito ("A Expressão Prática da Igreja", Witness Lee. Editora Árvore da Vida, 1989, p. 146). A LETRA MATA - Todos precisamos liberar o espírito. A letra mata, mas o Espírito dá vida. 'A letra significa doutrinas, formas, estas coisas são letras. Qualquer coisa além do Espírito é um tipo de letra, e essa mata ("A Expressão Prática da Igreja", Witness Lee, Árvore da Vida, 1989, p. 145). Esqueça sobre ler, pesquisar, entender e aprender a Palavra... Todavia a idéia que muitos de nós temos a respeito da Bíblia, é que ela é uma espécie de ensino, um livro cheio de doutrinas. Desse modo chegamos à Palavra com a intenção de entendermos e sabermos alguma coisa... Não devemos ir à Bíblia para aprender e entender somente. ("Orar-Lendo a Palavra", Witness Lee. Editora Árvore da Vida Ltda., pp. 5,11-12). Simplesmente pegue a Palavra de Deus e ore lendo alguns versículos de manhã e à noite. Não há necessidade de você exercitar a sua mente para tirar dela algum proveito e não é necessário que reflita sobre o que leu. Por exemplo, ao orar - ler Gálatas 2.19 (leia-se v. 20), apenas olhe para a página impressa que diz: 'Estou crucificado com Cristo'. Então com os olhos na Palavra e orando do fundo de seu interior diga: 'Glória ao Senhor, Eu estou crucificado com Cristo'. Amém! Eu estou, Oh, Senhor! Estou crucificado'. Louvado seja o Senhor! 'Crucificado com Cristo', Amém! Aleluia! 'Estou crucificado com Cristo.' Contudo, Amém! 'Eu vivo', O, Senhor! Eu vivo Aleluia! Aleluia!, 'Não eu, mas Cristo etc. ...Aí talvez, você abra em João 10.10 e leia: 'eu vim para que tenham vida'. Então com os seus olhos ainda na Bíblia você pode orar Eu vim, Amém! Eu vim. Aleluia! Eu vim para que tenham vida'. Louvado seja o Senhor! 'para que tenham vida'. Aleluia! 'Vida Amém! 'Vida 'Ó, Senhor! Vida ("Orar-Lendo a Palavra", Witness Lee. Editora Arvore da Vida, pp.10-12).
Resposta Apologética:
Sem dúvida que a declaração de fé de crer na Bíblia é aceita por todas as denominações evangélicas. Nenhum de nós nega o que a Igreja Local afirma sobre a Bíblia. Mas o problema não é esse. O problema é a importância que seus adeptos dão ao entendimento quando se lê ou se estuda a Bíblia.
Ora, ter uma Bíblia e recomendar que devemos lê-la sem procurar entender o que lemos é perda de tempo. O modo correto de lermos a Bíblia é procurarmos entender o que lemos. Na Parábola do Semeador, Jesus ilustrou a importância de entendermos o que lemos, dizendo: Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta (Mt 13.23). Mas o que ouve a Palavra e não a entende foi comparado à semente que caiu à beira do caminho e que as aves do céu comeram e ficou infrutífera: Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este éo que foi semeado ao pé do caminho (Mt 13.19).
Filipe, quando foi enviado a pregar o Evangelho ao eunuco, ouviu que ele lia o livro do profeta Isaías: E, correndo Filipe, ouviu que ha o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês? E ele disse: Como poderei entender, se alguém não me ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse (At 8.30-31). O eunuco queria ler, mas também queria entender o que estava escrito. E assim deve ser com todos os leitores da Bíblia.
O Senhor Jesus ensinou também que não devemos ser repetitivos na oração: E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falar serão ouvidos (Mt 6.7). Quando oramos, precisamos ser específicos na nossa oração e não falarmos palavras desconexas, sem sentido. E necessário orarmos com o espírito, mas orarmos também com o entendimento: Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento (1 Co 14.15).
Esse método de "Orar-Lendo a Palavra" contribui para que os ensinos da Igreja Local sejam aceitos sem discussão, sem qualquer espírito de crítica, e sejam preferidos a quaisquer outros ensinos, inclusive a Bíblia.
Paralelamente a essa prática de orar-lendo a Palavra, existe um tipo de cântico repetitivo à semelhança de um mantra oriental. Palavras-chave devem ser repetidas muitas vezes ao dia para o que Witness Lee declara ser uma liberação do espírito (um tipo de êxtase espiritual) e assim evitar a tentação. Os dizeres das palavras que devem ser repetidos são assim indicados: Ó SENHOR, AMÉM, ALELUIA! Amamos dizer quatro palavras: 'Ó Senhor, Amém, Aleluia! Nos versículos de Apocalipse, vimos Amém' e Aleluia'. Onde então podemos encontrar 'Ó Senhor'? Isso está em Salmos. Em muitas páginas de Salmos é muito fácil achar "Ó Senhor". Portanto, essas quatro palavras não são algo que inventamos, e sim algo que descobrimos na Palavra ("A Expressão Prática da Igreja", Witness Lee. Editora Árvore da Vida. 1\ Edição - 1989, p. 157).
A pergunta que se levanta é: não seria isso uma versão de um mantra cristão? Sabemos que mantra é o uso repetitivo de certas palavras ou frases com entonação característica e que, segundo crêem os supersticiosos que disto se servem, libera determinado poder. A prática do mantra é encontrada freqüentemente entre os budistas e os hindus para entrar em estado de consciência alterada, inclusive para desfrutar um êxtase. Um mantra muito conhecido é usado pelos adeptos do Movimento Hare Krishna.
A Igreja Local usa termos como: sinta, teste, toque, beba, coma, libere o espírito etc. para provar o conhecimento de Deus e viver em santidade. E uma teologia conhecida como a Teologia do Emocionalismo, subjetiva (Jr 17.9). É baseada em experiências emotivas. O misticismo domina toda a sua teologia. Os membros são orientados a não questionar o que lhes é ensinado, desde que assim fazendo estão procedendo como os pagãos. Todos os estudos são exatamente harmonizados como Witness Lee ensina. Lee orienta a fechar a mente quando nos aproximamos da Bíblia. A Bíblia condena essa posição (At 17.11; 2 Tm 2.15; 3.5,15-17).
Assim Crê a Igreja Local:
...Posso dizer uma palavra franca, honesta e amorosa para esses queridos? Esqueçam-se da doutrina e olhem para vocês mesmos! Quem e o que é você"? Pouco importa se a doutrina é correta ou não. O que importa é o que vocês são. Por anos afio vocês têm se preocupado com a doutrina, mas houve alguma mudança em vocês?... ("Estudo-Vida de Apocalipse." Vol. 2 (mens. 24 a 46). Witness Lee. Editora Arvore da Vida. 1ª Edição -1988,362).
Ensinamentos bons, certos, bíblicos e até mesmo ensinamentos espirituais têm sido usados pelo inimigo como um substituto para o próprio Cristo. Muitos grupos de cristãos não se fundamentam em Cristo, mas em seus ensinamentos ("A Estratégia de Satanás Contra a Igreja", Witness Lee. Editora Arvore da Vida Ltda., p. 6) .
Com isso, os membros da Igreja Local devem apenas liberar o espírito e se deixar guiar pelos ensinos do seu líder fundador sem poder discernir se são corretos ou não: Estar no espírito não é uma questão de certo ou errado;precisamos aprender a andar no espírito e nos despojarmos de tudo o que somos e temos. Assim, quando formos às reuniões da igreja, devemos ser ousados para funcionar. Não devemos pensar demais, mas simplesmente funcionar liberando o nosso espírito afim de expressarmos o Senhor. Desta maneira, cresceremos em nossa função e seremos mais e mais fortes, mais e mais ricos ("A Expressão Prática da Igreja", Witness Lee. Editora Arvore da Vida. 1 . Edição - 1989, p. 144).
Resposta Apologética:
Ora, se somos aconselhados a não usarmos nosso entendimento quando lemos ou ouvimos a Bíblia, não podemos discernir se o que ouvimos e lermos está correto. Por isso, Paulo recomendou muito cuidado com a doutrina de Deus, para não aceitarmos o ensino diabólico ou de homens. Paulo acentua a importância da doutrina de Deus. Disse ele: Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Per severa nestas coisas;porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem (1 Tm 4.16). Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, E soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas (1 Tm 6.3-4). Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e no amor que há em Cristo Jesus (2Tm 1.13).
Admoestando-nos para o surgimento de falsos mestres para os nossos dias, Paulo adverte: Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores, conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas (2 Tm 4.3-4).
A doutrina do batismo regeneracional está baseada em Jo 3.5 e Tt 3.5. Segundo este ensino o batismo tem o poder de regenerar os que se lhe submetem. Assim crê a Igreja Local: Tal palavra indica claramente que para ser regenerado e entrar no reino de Deus, é preciso nascer, não só do Espírito, mas também da água. Por isso, o batismo é uma condição para a regeneração e a entrada no reino de Deus ("Lições da Verdade - Nível Um", Witness Lee. Editora Fonte da Vida. Edição 1987, p. 92). Assim como a fé é uma condição da salvação, também o batismo o /("Lição da Verdade - Nível Um", Witness Lee. Editora Ponte da Vida- Edição 19B7, p. 93). A água é não só o símbolo do batismo, mas também o meio da salvação ("Lições da Verdade - Nível Um", Witness Lee. Editora Fonte da Vida. Edição 1987, p. 86). Batizar as pessoas é tão importante quanto lhes pregar o evangelho ("Lições da Verdade Nível Um", Witness Lee. Editora Fonte da Vida. Edição 1987, p. 79).
Resposta Apologética:
O eunuco de Candace havia ido a Jerusalém para adoração e voltava lendo o livro do profeta Isaías (53.7-8). Ouvindo a explicação de Filipe sobre o Senhor Jesus, de quem Isaías falara (At 8.32-35), declarou sua fé em Jesus (w. 36-37) na forma proposta em Romanos 10.9-13. Restava, porém, cumprir outro passo, não para a salvação, mas, sim, como obediência à ordenança de Cristo (Mt 28.19). E foi isto que o eunuco pediu que Filipe fizesse, e ambos desceram às águas e Filipe o batizou. O batismo não salva, pois não contém em si a graça salvadora. Trata-se de uma ordenança do Senhor Jesus, um testemunho público, de forma dramática, semelhante a um funeral, no qual o novo crente declara que assim como Cristo morreu, foi sepultado e ressuscitou dentre os mortos também ele, em Cristo, considera-se morto, para o mundo e, como tal, tem de ser sepultado (simbolicamente nas águas) Cl 2.12. Mas, assim como Cristo ressurgiu dos mortos e vive para sempre (Ap 1.18), ele também emerge das águas batismais, espiritualmente ressurreto, para viver uma nova vida em seu Salvador Jesus Cristo (Rm 6.2-11; Gl 2.20). Na ordem de pregar o Evangelho em Mt 28.19, Jesus ordena que procedamos da seguinte forma: a) proclamar o Evangelho; b) discipular os novos convertidos; c) batizá-los em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Paulo declarou que Cristo o enviara para pregar o Evangelho e não para batizar: Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã (1 Co 1.17).
Assim Crê a Igreja Local:
O ensinamento sobre o dia da expiação por Witness Lee diz exatamente o que pregam os adventistas por meio de Ellen Gould White. Interpreta ele que o bode emissário tipifica Satanás sobre quem os pecados dos crentes serão finalmente colocados. Satanás se torna o que carrega os pecados dos crentes da Igreja Local: Quando Deus fez com que o Senhor Jesus levasse os nossos pecados na cruz para sofrer o julgamento e a punição de Deus em nosso lugar, Ele também fez com que todos os nossos pecados fossem postos sobre Satanás, afim de que este arcasse com eles para sempre. Isso é revelado em tipologia na expiação registrada em Levítico 16. Quando o sumo sacerdote fazia expiação pelos filhos de Israel, ele tomava dois bodes e os apresentava diante de Deus. Um era para Deus e devia ser morto para fazer expiação pelos filhos de Israel, enquanto que o outro era por Azazel', isto é, para Satanás, para levar os pecados dos filhos de Israel (Lv 16.7-10,15-22 - IBB, Imprensa Bíblica Brasileira) ("Lições da Verdade — Nível Um", Witness Lee. Editora Fonte da Vida. Edição de 1987, p. 126). Deus pôs todos os nossos pecados sobre o Senhor Jesus afim de que os levasse todos, para sofrer a punição de D eus por nós e cancelasse a acusação contra nós diante Dele. Ele então deu todos os nossos pecados de volta a Satanás afim de que ele mesmo os carregasse. Deus, assim, pode perdoar-nos dos nossos pecados e fazer com que eles nos abandonem ("Lições da Verdade - Nível Um", Witness Lee. Editora Fonte da Vida. Edição de 1987, p. 127).
Resposta Apologética:
Os israelitas em seu calendário religioso celebravam sete festas anualmente. A Festa dos Asmos, da Páscoa, de Pentecostes, das Trombetas, da Expiação e dos Tabernáculos (duas festas com o mesmo título). Uma das mais importantes era a Festa da Expiação e que está mencionada em Lv 16.29-34. Nesse dia solene, os pecados dos israelitas eram removidos deles na figura de dois bodes: um o bode expiatório, que era morto e o sangue era aspergido no propiciatório do lugar santo dos santos do tabernáculo e, posteriormente, o sumo sacerdote saía do lugar santíssimo e colocava as mãos sobre a cabeça do bode emissário e confessava os pecados do povo. Posteriormente, o bode emissário era conduzido ao deserto pela mão de um guia e lá deixado. Essa cerimônia do dia da Expiação representava as duas fases da obra viçaria de Cristo. A morte de Cristo efetua plena redenção do pecado do povo, nisso representando a obra de Cristo no calvário (Hb 9.11-12,24; 10.10-12), a segunda fase a remoção da maldição devida pelos pecados para nunca mais alcançar de novo aqueles que os cometeram. As seguintes razões justificam nossa interpretação:
a) Os dois bodes de Lv 16.5-10 eram apresentados para expiação dos pecados dos israelitas e não só o bode expiatório;
b) Em Levítico 16.22 se lê: Assim aquele bode levará sobre si todas as iniqüidades deles à terra solitária; e deixará o bode ao deserto;
c) Essa expressão levará sobre si todas as iniqüidades deles à terra solitária se refere à obra de Cristo profetizada em Isaías
53.11: Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos,
porque as iniqüidades deles levará sobre si;
d) Sabemos que Jesus é aquele de, quem o profeta falava (Is 53.4-7, conforme interpretação que lemos em At 8.30-35).
E Jesus é o Cordeiro de Deus que leva os pecados do mundo (Jo 1.29). Podemos ver isso também em 1 Pedro 2.24.
Assim Crê a Igreja Local:
Procuram os obreiros da Igreja Local fazer entender aos evangélicos que crêem na doutrina bíblica da Trindade como nós cremos. Entretanto, declaram que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são todos a mesma pessoa, bem como o mesmo Deus e também que cada um deles é um passo ou estágio sucessivo na revelação de Deus aos homens. Veja a seguir o que eles dizem a este respeito: Alguns vêem problema na palavra processado' e argumentam que é impossível que Deus seja processado porque Ele é eterno e imutável. Embora Deus seja eterno e imutável, contudo Ele passou por um processo ("Como Receber o Deus Triúno Processado", Witness Lee. Editora Fonte da Vida, p. 7). Assim as três Pessoas da Trindade tornam-Se os três passos sucessivos no processo da economia de Deus. Sem esses três estágios, a essência de Deus nunca poderia ser dispensada para dentro do homem ("A Economia de Deus", Witness Lee. Editora Árvore da vida. 1 . Edição - 1989, pp. 12-13).
Lee declara: João 1.1 nos diz que a Palavra era Deus, e João 1.14 que essa Palavra tornou-Se carne. Deus tornou-se carne, isto é, um homem, e, esse Homem é a corporificação de Deus. Eleja não é mais misterioso; agora está corporificado porque Se tornou um homem. Temos de perguntar se esse homem-Deus é o Filho ou o Pai. Temos de dizer que Ele é o Filho com o Pai. Deus tornou-Se carne e esse Deus é o Filho com o Pai. Quando Deus Filho tornou-Se carne, Ele tornou-Se carne com Deus Pai. Deus Filho, com Deus Pai, tornaram-se carne. Provavelmente nos disseram no passado que quando o Filho veio nascer como um homem, Ele deixou o Pai no trono no céu, mas a Bíblia nos diz que quando o Filho veio, Ele veio com o Pai ("A Economia Divina",Witness Lee. Editora Fonte da Vida, p. 41).
João 6.46, 7.29 e 16.27 dizem-nos que quando o Filho veio do Pai, Ele veio com o Pai. Quando o Filho veio, não veio sozinho, não deixou o Pai nos céus. No dia em que Jesus estava na casa de Simão, o leproso, e Maria derramou o óleo precioso sobre Ele (Mt 26.6-7), Ele era o Filho com o Pai. Se fosse simplesmente o Filho e tivesse deixado o Pai nos céus quando veio, não seria a corporificação do Pai. Mas o Filho estava lá com o Pai como a corporificação do Pai, como a corporificação de Deus. Ele é o Filho, Ele é o Pai e Ele é Deus ("A Economia Divina", Witness Lee. Editora Arvore da Vida. 1 . Edição - 1989, p. 41)
Resposta Apologética:
Num primeiro momento podemos classificar o ensino da Igreja Local sobre a natureza de Deus de modalístico estatístico. Lee ensina que o Pai, Filho e o Espírito Santo são simultaneamente um o outro e ao mesmo tempo o Pai é o Filho e o Espírito Santo. Esse ensino também é historicamente conhecido como patripassianismo — O Pai padeceu na cruz como o Filho.
A Bíblia declara o que o Pai disse do Filho: E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo (Lc 3.22). Como fica se o Pai e o Filho são a mesma pessoa? Jesus e o Pai são um só Deus, não uma só pessoa. O Pai não veio com o Filho (Mt 5.16,48; 6.9; 10.32-33). Jesus declara ser uma pessoa distinta do Pai, embora esteja em unidade com Ele: E, se na verdade julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai que me enviou. E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou (Jo 8.16-18). Ilustrando a sua forma de crer na Trindade, assim escreve Witness Lee: 0 Pai está ilustrado pela melancia inteira; o Filho, pelas fatias e, finalmente, o Espírito, pelo suco. Agora você vê este ponto: o Pai não é apenas o Pai, mas é também o Filho. E o Filho não é apenas o Filho, mas é também o Espírito ("A Economia de Deus", Witness Lee. Editora Árvore da Vida. Edição de 1989, p. 53).
Outra ilustração usada pelo mesmo escritor: Alguns homens são de pouco propósito; por isso, sua aparência é sempre a mesma. Contudo, um homem cheio de propósito terá várias aparências. Se você pudesse visitá-lo em sua casa logo pela manhã, veria que ele é um pai ou um mando. Depois do café da manhã, talvez vá a uma universidade para ser um professor. A tarde, no hospital, é possível que o veja com um uniforme branco de médico. Em casa é um pai, na universidade é um professor, e no hospital é um médico. Por que ele é esses três tipos de pessoas? Porque ele é um homem que tem grandes propósitos. O pai em casa, o professor na universidade e o médico no hospital são três pessoas com um só nome ("A expressão Prática da Igreja", Witness Lee. Editora Árvore da Vida. l". Edição - 1989, p. 8). Esse exemplo da Igreja Local é classificado como modalismo. O pai, o professor e o médico não são três pessoas distintas, senão uma só pessoa, com três modos de agir: como pai, como professor e como médico. Uma pessoa exercendo três modos de se revelar, o próprio Witness Lee declara isso: Porque ele é um homem que tem grandes propósitos.
Embora a Igreja Local se esforce em declarar que não é modalista e que crê na doutrina bíblica da Trindade, sua crença não é compatível com a doutrina ortodoxa da Santíssima Trindade. O Credo Atanasiano declara: E a fé católica [universal] é esta: que adoremos um Deus em Trindade, e a Trindade na unidade, não confundindo as pessoas, nem separando a substância:pois uma é a pessoa do Pai, outra, a do Filho, outra, a do Espírito Santo; mas uma só a divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, co-eterna a majestade.
Contrariando a doutrina ortodoxa, Witness Lee declara: Alguns teólogos tradicionais nos dizem que as três pessoas na Trindade divina: o Pai, o Filho e o Espírito, não devem ser confundidas e devem ser mantidas claramente separadas o tempo todo. Mas a Bíblia ensina que Jesus, o Filho de Deus, tornou-se o Espírito ("A Economia Divina", Witness Lee. Editora Fonte da Vida. Edição de 1987, p. 71). Para justificar sua teoria declara: 0 Credo de Nicéia, que foi formulado em 325 a.D., não é completo porque nada diz acerca dos sete Espíritos. Esse credo fala da deidade do Deus Triúno, a Trindade divina, de uma maneira geral, mas nada aborda de Apocalipse. Quando o Credo de Nicéia foi feito em 325 a.D., ainda havia desacordo sobre Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 João, 3 João, Judas e Apocalipse. Não foi antes de 397 a.D., no concilio que houve em Cartago, no norte da África, que Apocalipse, com os outros seis livros, foi reconhecido como parte do Novo Testamento. O Credo de Nicéia não é completo porque não aborda o livro de Apocalipse, o qual é a consumação final e máxima da revelação divina ("A Economia de Deus", Witness Lee. Editora Fonte da Vida. f. Edição - 1987, p. 120).
Mostrando que crê diferentemente do que cremos, ainda declara: Assim, as três Pessoas da Trindade tornam-Se os três passos sucessivos no processo da economia de Deus. Sem esses três estágios, a essência de Deus nunca poderia ser dispensada para dentro do homem ("A Economia de Deus", Witness Lee. Editora Árvore da Vida. l\ Edição -1989, pp. 12-13). Essa definição de Witness Lee acerca de Deus é a chamada teoria do Deus Processado, e nunca o Deus Trino, conforme revelam as Sagradas Escrituras: Na natureza do único e, eterno Deus, há três pessoas eternamente distintas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Todas as três pessoas são o mesmo Deus, embora o Pai não seja nem o Filho nem o Espírito; o Filho não seja nem o Pai nem o Espírito; e o Espírito não seja o Pai nem o Filho. A distinção entre as três Pessoas da Trindade é observada na Bíblia, como passamos a expor:
14.1 - Pai e Filho São Duas Pessoas Distintas:
a) Como Duas Testemunhas:
Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. Há outro que testifica de mim, e sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro (Jo 5.31-32). E, se na verdade julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai que me enviou. E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai, que me enviou (Jo 8.16-18).
b) O Que Envia e o Enviado:
Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele (Jo 3.17);
Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei (Gl 4.4).
c) Nas Saudações:
Graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo (1 Co 1.3);Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo epor Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos) (Gl 1.1);
Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, sejam convosco na verdade e amor (2 Jo 3).
d) Outras Provas Bíblicas de Que Jesus Não É o Pai:
Em todo o tempo em que Jesus esteve na terra, o Pai esteve no céu: Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus (Mt 5.16). Sede vós, pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus (Mt 5.48);
Jesus disse que confessaria os homens que O confessassem diante do Pai: Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus (Mt 10.32-33).
O Senhor Jesus Cristo está hoje à destra do Pai: E, ouvindo eles isto, enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra ele. Mas ele, estando cheio do Espírito Santo,fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus; E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus (At 7.54-56);
Deus Pai é Pai de Jesus e não Jesus é Pai de si mesmo: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo (Ef 1.3). Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, sejam convosco na verdade e amor (2 Jo 3);
Jesus entregou o seu espírito a seu Pai e não a si próprio: E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou (Lc 23.46);
Jesus conhecia o Pai, mas não era o Pai: Assim como o Pai conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas (Jo 10.15);
Jesus cita a lei sobre o testemunho de dois homens e faz analogia entre Ele e o Pai, como duas testemunhas: E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou (Jo 8.17-18) etc.
14.2 - O Pai Não É o Espírito Santo
a) O Pai Envia o Espírito Santo
Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre (Jo 14.16);
Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de Verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim (Jo 15.26).
b) O Espírito Santo Intercede Junto ao Pai
E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos (Rm 8.26-27).
14.3 - Jesus Não É o Espírito Santo
a) O Espírito Santo É Outro Consolador
Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre (Jo 14.16);
Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo (1 Jo 2.1).
b)O Espírito Santo Glorifica a Jesus
Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar {}o 16.14).
c) O Espírito Santo Desceu Sobre Jesus no Momento do Batismo
E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele (Mt 3.16).
d) Outras Provas Bíblicas de Que o Espírito Santo Não É Jesus
O Espírito Santo é um outro Consolador, procedente do
Pai e do Filho: E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre (Jo 14.16). Mas quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim (Jo 15.26);
O Filho pode ser blasfemado e o pecador culpado disso encontra perdão. Mas, se o Espírito Santo for blasfemado, essa pessoa não encontra perdão. Isto prova haver duas Pessoas: Portanto, eu vos digo: Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro (Mt 12.31-32);
O Espírito Santo não veio falar de si mesmo ou glorificar a si mesmo, mas sim para glorificar a Jesus: Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar (Jo 16.13-14);
A descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes foi a prova de que Jesus havia chegado ao céu, onde assentou-se à destra de Deus Pai: E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado (Jo 7.39). De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis (At 2.33);
Jesus afirmou, mesmo depois da ressurreição, que Ele não era espírito. Portanto, Ele não podia ser nem o Pai (Jo 4.24) nem o Espírito Santo (Jo 14.16-17,26; 15.26; 16.7,15), pois esses são seres espirituais: Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho (Lc 24.39).
14.4 - Alguns Versículos Utilizados para Justificar Suas Teorias:
Eu e o Pai somos um (Jo 10.30). Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe"? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (Jo 14.9). E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo (Jo 20.22). Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade (2 Co 3.17).
Analisando os Versículos Citados
Eu e o Pai somos um (Jo 10.30). Nesse versículo, vemos a pluralidade na unidade, basta observar a expressão somos -pluralidade, um - unidade. Jesus não está dizendo que é a mesma pessoa do Pai, mas que Ele e o Pai são duas pessoas distintas, em unidade divina. Portanto João 10.30 deve ser entendido como uma declaração de Jesus da sua unicidade de natureza essencial com Deus, isto é, que Ele é essencialmente igual a Deus.
Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (Jo 14.9). Encontramos aqui uma reiteração da mesma substância da declaração do versículo 7 deste capítulo: Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; ejá desde agora o conheceis, e o tendes visto. Ver o Pai não consiste em meramente contemplar a sua presença corporal, mas em conhecê-lo. Fica subentendido que não ver o Pai, na pessoa de Jesus, é o mesmo que não conhecê-lo. O Filho é o único expositor do Pai aos homens (Mt 11.27; Jo 12.44-45; Cl 1.15; Hb 1.3; 1Tm 6.16).
E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo (Jo 20.22). O Senhor Jesus faz aqui uma doação preliminar do Espírito Santo, que era o símbolo da promessa e a garantia de que seria concretizada a vinda do Espírito Santo, quando o Senhor Jesus fosse glorificado (Jo 7.39). Essa vinda em seu total poder não poderia anteceder de forma alguma a ascensão de Jesus e a sua glorificação (Jo 16.7). Porém, o Senhor Jesus quis mostrar que essa pessoa divina viria (Jo 14.16-26), por isso concedeu aos seus discípulos algo simbólico do poder que haveriam de receber mais tarde em plena medida (Atos 2).
Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade (2 Co 3.17). Neste versículo, a expressão Senhor se refere a Cristo, identificando o Espírito Santo com a mesma natureza e divindade de Jesus, e não que Ele seja a mesma pessoa. Basta observar que no versículo seguinte, o apóstolo separa as pessoas: Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor (2 Co 3.18).
Devido a sua peculiar teoria a respeito da Trindade, a Igreja Local foi classificada num primeiro momento de grupo modalista. O livrete "O Que Cremos e Praticamos nas Igrejas Locais", página 15, pergunta número 8, diz: Vocês têm uma visão " modalista" da Trindade? E a Igreja Local responde: Certamente que não! O modalismo é herético. Ao invés de ensinar que os Três da Deidade: o Pai, o Filho, e o Espírito, coexistem eternamente, o modalismo afirma que Eles são mera manifestação temporária da essência divina. Cremos, de acordo com a Bíblia, que Deus é essencialmente três em um e um em três. Certamente reconhecemos distinções eternas dentro da Deidade. Entretanto, a nossa ênfase com respeito à Trindade não está baseada na análise doutrinária da natureza de Deus, mas no dispensar do Deus Triúno para dentro de nós como nossa vida e nosso tudo. A nossa ortodoxia com respeito à Doutrina de Deus deve ser estabelecida em se o nosso ensinamento está ou não de acordo com apura Palavra de Deus. Quando a nossa crença acerca do Deus Triúno é fielmente considerada à luz da Escritura, ver-se-á que não cremos no modalismo, nem no triteísmo, mas na revelação do Deus Triúno segundo apura Palavra de Deus. De acordo com essa declaração da Igreja Local, podemos considerar que a Igreja Local:
1) Não crê na doutrina bíblica e ortodoxa da Trindade, conforme as igrejas cristãs;
2) Utiliza o termo Trindade e Triúno com definição e significado diferente da ortodoxia cristã;
3) Sua definição da unidade divina é: ...o Pai é o Espírito, o Filho também é o Espírito, e o Espírito, é claro, é o Espírito. O Pai está no Filho, o Filho está no Espírito e o Espírito está em nós como apropria transmissão de Deus... ("A Economia de Deus", Witness Lee.a Editora Arvore da Vida. 1 . Edição - 1989, p. 19). Com essa declaração, fica claro que a Igreja Local confunde as pessoas na unidade divina, revelando sua crença modalista, embora negue. Basta analisar o exemplo da melancia dado por Witness Lee: O Pai está ilustrado pela melancia inteira; o Filho, pelas fatias e, finalmente, o Espírito, pelo suco. Agora você vê este ponto: o Pai não é apenas o Pai, mas é também o Filho. E o Filho não é apenas o Filho, mas é também o Espírito.
4) Por outro lado, declara crer nas três pessoas distintas da Trindade: Cremos, de acordo com a Bíblia, que Deus é essencialmente três em um e um em três. Certamente reconhecemos distinções eternas dentro da deidade;
Se de um lado ela declara crer nas três pessoas distintas, de outro nega as três pessoas. Esse entendimento contraditório inevitavelmente leva à teoria do Deus Processado: Assim, as três Pessoas da Trindade tornam-Se os três passos sucessivos no processo da economia de Deus. Sem esses três estágios, a essência de Deus nunca poderia ser dispensada para dentro do homem ("A Economia de Deus", Witness Lee. Editora Árvore da Vida. Edição-1989, pp. 12-13).
A teoria do Deus Processado ou Deus Triúno que tenta harmonizar o modalismo com o trinitarismo pode ser notada na declaração de Witness Lee: Os três são distintos, mas não separados. Quando o Filho veio, o Pai veio com Ele. Quando o Espírito veio, o Filho e o Pai vieram (Jo 14.17-23). Não cremos no modalismo, uma heresia que diz que quando o Filho veio, o Pai deixou de existir, e então quando o Espírito veio, o Filho deixou de existir. Cremos que Deus é três-um, o Pai, o Filho e o Espírito como um Deus coexistindo e coinerindo de eternidade a eternidade ("A Revelação Básica nas Escrituras Sagradas", Witness Lee. 1 . Edição -1991. Editora Árvore da Vida, p. 24);
5) Essa teoria do Deus Processado não é a definição da doutrina da Trindade nem está de acordo com a pureza das Sagradas Escrituras. Distinção muito clara é feita entre as três Pessoas da Trindade: Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo (Mt 28.19). A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém (2 Co 13.14). E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em que me comprazo (Mt 3.16-17). Assim: adoremos um Deus em Trindade, e a Trindade na unidade, não confundindo as pessoas, nem separando a substância: pois uma é a pessoa do Pai, outra, a do Filho, outra, a do Espírito Santo; mas uma só a divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, co-eterna à majestade.
Assim Crê a Igreja Local:
A Igreja Local ensina o amálgama da sua natureza divina com a natureza humana. Seria como se disséssemos que Jesus é 50% Deus e 50% homem, formando nova natureza misturada: O princípio da encarnação é que em tudo Deus está amalgamado com o homem, e o homem está amalgamado com Deus ("A Expressão Prática da Igreja", Witness Lee. Editora Arvore da Vida. 1 . Edição -1989, p. 147). Podemos demonstrar esta relação mergulhando um lenço branco em tinta azul. A divindade do Pai podia ser originalmente comparada ao lenço branco. Este lenço, imerso em tinta azul, representa o Pai no Filho encarnando-Se na humanidade. A peça branca agora se tornou azul. Assim como o azul foi adicionado ao lenço, assim também a natureza humana foi adicionada à divina, e as naturezas antes eram separadas, agora se tornaram uma ("A Economia de Deus", Witness Lee. Editora Árvore da Vida. 1 . Edição -1989, pp. 13-14). Através da Sua encarnação, Ele trouxe Dem para dentro do homem e amalgamou a essência divina de Deus com a humanidade. Em Cristo não há somente Deus, mas também o homem ("A Economia de Deus", a Witness Lee. Editora Arvore da Vida. 1 . Edição - 1989, p. 14).
Resposta Apologética:
O assunto cristologia tem sido motivo de muitas controvérsias. Algumas seitas negam a humanidade de Jesus afirmando que Ele tinha um corpo fluídico, aparente; outros negam sua divindade, alegando sei- Ele o arcanjo Miguel, antes de tomar a forma humana.
Se o ensino de Witness Lee fosse correto, teríamos de concluir que a natureza divina amalgamada à natureza humana faria com que essa nova natureza deixasse de ser inteiramente divina e sua natureza humana deixasse de ser inteiramente humana. Então Jesus não seria absolutamente Deus nem absolutamente homem, mas metade de cada um deles. Jesus, antes de tomar a forma humana, era absolutamente Deus como lemos em João 1.1: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Vivia na condição de Deus: Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus (Fp 2.6). Na sua encarnação foi-lhe preparado um corpo humano: Por isso, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste (Hb 10.5). Paulo define a natureza divino-humana de Jesus, afirmando: Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2.9). Ainda em Romanos 9.5 Paulo se refere a Jesus dizendo: Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém. É assim uma personalidade theantrópica (théos: Deus; ântropos: homem) como lemos em Is 7.14, comparado com Mt 1.23: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco. Afirmamos, pois, que Jesus é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem e uma só pessoa (1 Tm 2.5), não com naturezas amalgamadas ou misturadas.
Assim Crê a Igreja Local:
A Igreja Local reage quando é acusada de pregar a divindade do homem: Vocês ensinam que o homem está evoluindo para Deus? Tal acusação, que tem sido feita contra nós, é totalmente falsa e sem fundamento. De acordo com a Bíblia, ensinamos que Deus está dispensando a Si mesmo para dentro do homem e que o crente está sendo transformado por e permeado com o elemento de Deus. O fato é que, como filhos de Deus, participamos da vida e natureza de Deus. Sim, o Deus Triúno está sendo trabalhado dentro de nós e nós estamos participando da Sua própria natureza, mas, definitivamente, não estamos evoluindo para a Deidade ("O Que Cremos e Praticamos nas Igrejas Locais." Editora Fonte da Vida Ltda., p. 16).
No entanto, não é isso que encontramos em suas declarações: Ele não quer que você seja um homem bom, mas quer que você seja um homem-Deus. Você pode ser um 'homem bom, mas jamais poderá ser uma expressão de Deus se for meramente isso. Deus fez o homem à Sua própria imagem com o objetivo de que este 0 expresse. Ao nos tornarmos um homem-Deus, que é cheio Dele, nós 0 expressamos. Um homem-Deus é uma expressão de Deus ("A Economia Divina", Witness Lee. Editora Fonte da Vida. 1 . Edição —1987, p. 17). Um cristão não é meramente um homem bom, mas um homem-Deus ("A Economia Divina", Witness Lee. Editora Fonte da Vida. 1 . Edição - 1987, p. 19).
Explicando o que significa a expressão homem-Deus com relação a Jesus, assim definem: Ele (Jesus)possuía duas naturezas: a divina e a humana. Ele era o Deus completo e o homem perfeito, um homem-Deus ("A Economia Divina", Witness Lee. Editora Fonte da Vida. Ia. edição — 1987, p. 45). Jesus era um homem-Deus e nós devemos tornar-nos um homem-Deus. Sendo assim, temos a mesma natureza de Jesus e se Jesus era "Deus completo" nós igualmente nos tornamos um Deus completo.
Isso se torna bem claro na seguinte declaração, quando somos o corpo vivo de Cristo em certo lugar realmente somos a casa de Deus e a coluna e base da verdade. Somos, então, o aumento, a expansão, da manifestação de Deus na carne. E novamente Deus Se manifestando na carne, mas de uma maneira mais ampla ("A Economia Divina", Witness Lee. Editora Fonte da Vida. Ia. Edição - 1987, p. 223)
Resposta Apologética:
Witness Lee deixa claramente implícito que pensa que Deus vai aumentando. Esse ensino é impossível à luz de Malaquias 3.6 onde Deus declara: Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. Paulo falou áe certos mestres que confundem Deus como a sua criação em Romanos 1.20-23.
Como vemos, a Igreja Local ensina, inequivocamente que a Igreja (o Corpo de Cristo) torna-se Deus e que Deus torna-se a Igreja. Cada vez que alguém é adicionado à Igreja, Deus tem de expandir-se. Para que não pai-1: dúvida sobre esse ensino deificador do homem, a Igreja Local torna claro que sua teoria do Deus Processado na verdade constitui uma quaternidade: O Pai está no Filho, o Filho está no Espírito, e o Espírito agora está no Corpo. Eles agora são quatro em um: o Pai, o Filho, o Espírito e o Corpo ("A Expressão Prática da Igreja", Witness Lee. Editora Árvore da Vida, \\ edição - 1989, p. 46).
Os mórmons tencionam se tornar deuses. É o ensino da exaltação do homem: o grande propósito dos mórmons.Esperam com a exaltação ganhar um planeta e se tornarem deuses. A Igreja Local, por sua vez não quer esperar para o futuro essa nova condição, mas proclama que já podemos ser homens-Deus.
A Bíblia nega essa condição de homem-Deus para o cristão e ensina mais que a pretensão de o homem se tornar igual a Deus partiu primeiro de Lúcifer que queria ser igual a Deus (Is 14.12-14; Ez 28.14-16). Insinuou ao homem no Éden essa mesma possibilidade (Gn 3.5) e levou nossos pais à queda (Rm 5.12).
Somos filhos de Deus por adoção (Gl 4.4-6), diferentemente de Jesus que é Filho unigênito, isto é, da mesma natureza (espécie do Pai) do grego monógenes. O homem regenerado é chamado nova criatura (2 Co 5.17). Repetindo: éramos criaturas de Deus (Gn 1.27) e nos tornamos filhos de Deus por adoção quando recebemos a Jesus como Salvador e Senhor (Jo.1.12; 1 Jo 3.1-2).
Não é isso o que ensina a Igreja Local: João 1.12 e 13 indicam que aqueles que recebem o Senhor Jesus são nascidos de De