Total de visualizações de página

terça-feira, 28 de junho de 2016

Seitas e Heresias na Cristandade:

1 Como identificar uma seita:
1.       Este grupo ou comunidade considera que somente eles possuem a salvação e que todos os outros grupos cristãos estão irremediavelmente perdidos por não estarem dentro da “verdade?
2.       Este grupo apresenta concepções equivocadas ou pouco ortodoxas a respeito da Santíssima Trindade, da natureza de Cristo, do Espírito Santo?
3.       Este grupo reduz o valor da Bíblia como revelação de Deus e como autoridade no que diz respeito à fé e prática, colocando em condição de igualdade ou até inferior aos escritos próprios do grupo (livro de Mórmon, publicações da Torre de Vigia, escritos de Ellen G. White, etc)?
4.       Este grupo diminui o papel único do Senhor Jesus na salvação dos pecados, colocando outros elementos colaterais (exigência de batismo, somente usar um determinado nome para Deus, guarda do sábado, pertencer a aquele grupo específico, etc) como fundamentais na obtenção da salvação pessoal? 
5.       Este grupo ignora deliberadamente todas as contribuições históricas relativas à fé cristã, como se tudo que tivesse sido dito e escrito antes do surgimento do seu grupo fosse inválido e falso?
6.       Este grupo surgiu recentemente, entre os séculos XIX e XX, e declara que a partir de agora a Verdade e a pureza da doutrina foi restaurada no mundo, e tudo que houve entre a igreja primitiva do primeiro século e eles foi apostasia?
7.       Este grupo acha que eles são os legítimos herdeiros do cristianismo primitivo, tentando traçar ao longo da história cristã “traços da presença deles em todas as épocas?
8.       Os fundadores deste grupo tiveram uma história controvertida e dúbia, fazendo previsões que não se cumpriram (marcaram datas sobre a volta de Cristo, por exemplo), ou apelando para testemunhos e experiências religiosas que só eles vivenciaram?
9.       Os fundadores deste grupo tiveram que, várias vezes reformular as suas previsões e suas doutrinas para contornar seus fracassos notórios e não perder os fiéis?
10.    As publicações deste grupo gastam um tempo enorme para elaborar uma imagem heróica e impecável de seus fundadores, como se eles fossem seres imaculados?
11.   Os seguidores deste grupo são fortemente aconselhados a somente lerem a literatura produzida pelos líderes e “profetas” deste grupo, não lhas sendo permitido ler qualquer outro tipo de literatura de qualquer outra religião?
12.   Este grupo possui nomenclatura própria para seus rituais, reuniões e cargos eclesiásticos exatamente para diferenciá-los de todas as outras igrejas, e assim chegar à conclusão que somente eles estão certos?
13.   Os membros deste grupo possuem estereótipos e características que os identificam como membros deste grupo? Existem gestos, palavras, costumes que são típicos daquele grupo e são usados para diferenciá-los dos demais seres humanos, inclusive dos demais cristãos?
14.   Os membros deste grupo são fortemente aconselhados e treinados a fazer um programa de proselitismo religioso (com forte ênfase na tarefa de aliciar membros de outras igrejas cristãs)?
15.   Este grupo exige fidelidade incondicional aos líderes e à hierarquia instituída, de forma que os seus membros não possuam qualquer autonomia ou liberdade de pensamento ou expressão.
16.   Este grupo pune severamente qualquer membro que se desvia do ensinamento ou da disciplina estipulados pelos líderes, a ponto de tratar um dissidente com total desprezo e rejeição?
17.   Este grupo possui rituais secretos que somente são revelados aos iniciados, e em geral pessoas mais graduadas dentro da hierarquia do grupo?
Se você respondeu sim à maioria destas perguntas, certamente você está diante de uma seita “cristã”.
2 A diferença entre seita e heresia
Uma heresia é um desvio doutrinário, isto é, um ensinamento que contradiz alguma doutrina básica do cristianismo, e que passa a ser ensinado e transmitido no interior da comunidade cristã. É importante ressaltar que existem doutrinas que são fundamentais, que identificam um cristão como cristão, como por exemplo,  a doutrina da santíssima trindade, a doutrina das duas naturezas do Senhor Jesus, a doutrina da salvação pela graça, a doutrina da segunda vinda do Senhor Jesus, etc, enquanto existem outras que são secundárias, nas quais pode haver divergências dentro da cristandade sem que isto venha a se caracterizar como heresia, por exemplo, a doutrina dos sacramentos (batismo e santa ceia). Caracterizamos como heresia principalmente aquilo que venha a contradizer os ensinamentos centrais, nos quais todas as igrejas ditas cristãs concordam plenamente. Também devemos fazer menção da diferença entre doutrina e dogma: uma doutrina é uma elaboração, fruto de uma concordância entre as principais lideranças e resultante de inúmeras leituras e interpretações do texto bíblico, feitas ao longo da caminhada histórica cristã, a respeito dos temas e conteúdos concernentes à fé cristã e que os discípulos devem tomar como base e guia em seu ensinamento, e na proclamação do evangelho do reino.  Já dogma é uma doutrina que é tomada de forma absoluta, para a qual se rejeita qualquer questionamento intelectual, e que deve ser assumida como axioma por todos os seguidores. Deus nos fez seres capazes de refletir, de pensar, portanto, é da natureza humana elaborar questões e ter dúvidas a respeito das coisas. Com as doutrinas cristãs não é diferente, o cristão pode sim questionar as doutrinas, examiná-las sob vários pontos de vista sem que isto caracterize necessariamente uma heresia. O herege não é aquele que possui uma opinião diferente, mas aquele que acredita tanto em suas opiniões que acha que deve ensiná-las a outros. Para não transpormos o tênue limite entre a saudável investigação crítica e a heresia, devemos ter sempre a humildade e a auto-crítica de entendermos que podemos estar errados, e a disposição para mudarmos de idéia sempre que for necessário.
    Uma seita é uma divisão causada na igreja em geral provocada pelo ensinamento de uma heresia (ou às vezes uma seita surge tão somente pela disputa de poder eclesiástico).  Toda seita possui a característica de transmitir ensinos e estimular comportamentos que os distingam de todos os outros grupos e igrejas. É importantíssimo, para a auto-afirmação do grupo que eles enfatizem bem as diferenças existentes entre aquele grupo (o único perfeito) e todos os outros. Uma seita pode bem ser identificada por qualquer um dos procedimentos padrão: adição, subtração, multiplicação e divisão.
·         Adição significa que uma seita, em geral, adiciona algo à bíblia como fonte de autoridade (exemplos: “Adventistas do Sétimo Dia”, que colocam os escritos da “profetisa” Ellen G. White no mesmo nível de inspiração que a Bíblia, a “Sociedade Torre de Vigia”, conhecida como “Testemunhas de Jeová”, não aceita que a Bíblia seja lida e interpretada sem o “corpo governante”, a “Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”, conhecida como “mórmons”, além da Bíblia, têm “O Livro de Mórmon”, “Doutrinas e Convênios e “Pérola de Grande Valor”, a “Igreja Deus é Amor” que substitui a Bíblia pelo seu regimento interno como regra de fé e prática.
·         Subtração significa que uma seita, em geral, subtrai algum atributo do Senhor Jesus, caindo em alguma das heresias estudadas acima sobre sua pessoa ou sua natureza.
·         Multiplicação significa que uma seita, em geral, prega a auto-salvação. Crer e Jesus é importante, mas não é tudo, tem que aderir a certos ritos e práticas (como por exemplo a guarda do sábado, para os “Adventistas do Sétimo Dia”, ou o consentimento do “profeta” Joseph Smith, para os “mórmons”).
·         Divisão significa que a seita divide a fidelidade a Deus com a fidelidade à organização, igualando os dois. Portanto, qualquer que desobedeça, ou questione qualquer preceito ou ordenança da seita é excluído da graça de Deus. Não existe salvação fora do seu sistema religioso.
3 Panorama histórico das heresias na cristandade
  1. Gnosticismo:  Criam em um Deus totalmente abstrato, que não tem qualquer interação com o mundo criado. A criação do mundo seria relegada ao demiurgo, que os gnósticos identificavam com Iahweh do antigo testamento (e por qual não nutriam qualquer simpatia).  Jesus, como o logos divino, não poderia ter se encarnado, pois ele não poderia se misturar com a matéria (inerentemente ruim, segundo o ponto de vista deles). Assim, Jesus seria uma manifestação puramente ilusória, aparente. Atualmente, a Legião da Boa Vontade é a seita mais popular que expressa alguns ensinamentos parecidos com o gnosticismo. O espiritismo Kardecista e todas as suas variações, também sofreram  forte influência do gnosticismo.
  2. Docetismo: Uma variação do Gnosticismo que afirmava que Jesus era um fantasma, uma aparência, e sua morte na cruz na podia ter ocorrido de fato, pois se Ele é Deus, então não poderia sofrer.
  3. Maniqueísmo: Fundado pelo bispo Mani (morto em 276DC) tem como base a filosofia dualista persa, introduzida por Zarathustra, que dividia o universo em dois reinos, igualmente poderosos e em permanente conflito: O reino da luz e o reino das trevas. Cristo, para os Maniqueístas, nunca poderia ter se encarnado, pois Ele, sendo inteiramente luz, não poderia se imergir no domínio das trevas.
  4. Neoplatonismo: Fundado por Plotino (205DC - 270DC). Influenciado pelos escritos do  filósofo Platão, Plotino uma doutrina que negava a matéria, considerando-a como algo mal por si mesmo, somente a realidade espiritual era essencialmente boa. Os Neoplatônicos tinham problemas semelhantes aos Maniqueístas com respeito à encarnação do Senhor Jesus.
  5. Monarquianismo: Enfatiza a unidade de Deus, então rejeita qualquer alegação de que o Senhor Jesus ou o Espírito Santo possuam, de fato, a natureza divina. A seita Testemunhas de Jeová talvez seja o maior expoente deste tipo de visão. De fato, esta seita apresenta um ensinamento mais próximo do Arianismo, que vamos explicar logo abaixo.
  6. Patripassionismo: Identifica Jesus como o Pai, como a mesma pessoa, portanto, foi Deus Pai que morreu na cruz. A igreja e conjunto “Voz da Verdade” é hoje em dia o veiculador deste tipo de ensinamento.
  7. Sabelianismo, ou modalismo: É a crença que Deus Pai, Jesus e o Espírito Santo, sejam a mesma pessoa, apenas diferentes manifestações temporais de Deus. Em geral, as igrejas que seguem este tipo de doutrina enfatizam o batismo em nome de Jesus, por exemplo, a igreja “Tabernáculo da Fé”, do “profeta” William Marion Branhan, a Igreja local de Witness Lee (conhecida pelo jornal Árvore da Vida).
  8. Ebionismo: Doutrina que enfatiza a natureza humana do Senhor Jesus, negando-lhe qualquer divindade, ou mesmo pré-existência. Mesmo assim, os ebionitas criam em Jesus como o Messias, sofrendo hostilidades tanto da parte dos Judeus quanto da parte dos cristãos.
  9. Arianismo: Fundado por Ário (256DC -336DC), presbítero em Alexandria, esta doutrina prega que Cristo, o Filho é a primeira e mais importante criação de Deus, portanto, não sendo igual a Deus. Este é um dos ensinamentos centrais da seita “Testemunhas de Jeová”.
  10. Apolinarismo: Defendida pelo bispo Apolinário de Laodicéia (morto em 392DC), era uma doutrina que enfatizava a natureza divina do Senhor Jesus. Basicamente dizia que a divindade de Jesus correspondia à sua alma, portanto, Jesus não teve uma alma humana, sendo assim, Jesus não poderia ser verdadeiramente homem.
  11. Nestorianismo: Fundado pelo bispo de Constantinopla, Nestório (380DC – 451DC), esta doutrina afirmava que as duas naturezas de Cristo não se misturavam, a divindade de Cristo era análoga à habitação do Espírito Santo no crente.
  12. Monofisismo: Esta doutrina enfatizava a existência de uma única natureza do Senhor Jesus, divina e humana, amalgamada. Esta doutrina ainda é praticada pela igreja cristã na Síria.


4 A fragilidade doutrinária da igreja atual e a ameaça das seitas
   Por que é importante o estudo sobre seitas? Basicamente, porque as seitas, principalmente aquelas que se dizem cristãs, pescam em aquário, isto é, seu público alvo primordial são os cristãos de outras igrejas (mesmo eles declarando que estão interessados na evangelização dos pecadores). Não nos enganemos, os membros de uma seita são treinados ostensivamente para o debate intelectual, eles são treinados a utilizar textos bíblicos que possam servir de base para suas doutrinas, e principalmente, eles têm argumentos para refutar as objeções de outros cristãos que também utilizam a Bíblia em sua argumentação. Meu conselho é: não vá para um debate aberto com um deles, a não ser que você esteja realmente preparado. Uma segunda dica importante é não cair na armadilha de argumentar somente em cima de textos bíblicos, o mesmo texto que você utiliza na intenção de refutar as doutrinas da seita pode servir de munição para eles no sentido de corroborar seus ensinos. O texto é o mesmo, o que muda é a leitura que se faz dele, entramos ai no domínio da hermenêutica. Uma boa leitura do texto bíblico requer estudo, tempo e reflexão. É um trabalho intelectual, além de espiritual. O conhecimento é a principal arma contra a obscuridade intelectual e as falácias lógicas.
   Neste ponto, temos que reconhecer uma fragilidade presente na igreja atual, principalmente no Brasil. A igreja cristã evangeliza corre o risco de se tornar uma religião popular. A religião popular possui algumas características facilmente reconhecíveis em nossos cultos, na literatura cristã da moda nas lideranças evangélicas que aparecem na mídia, etc. Primeiramente, nota-se um desvio de ênfase, ao invés de doutrina bíblica, o povo é alimentado com versículos chave e frases de impacto, transformadas em geral em músicas, cantadas e repetidas “ad nauseam” nos cultos públicos. As pregações da maioria dos pastores tratam mais de auto-ajuda, cura interior, bênçãos, prosperidade, batalha espiritual e tantos outros modismos e conceitos novos que dificilmente se acha espaço nos púlpitos para uma reflexão séria sobre a doutrina da graça, da segunda vinda de Cristo, da ressurreição do corpo, etc. A igreja evangélica brasileira, com seu vertiginoso crescimento nas últimas décadas, sofreu um afrouxamento doutrinário e ético para acomodar este novo público, oriundo do catolicismo popular, do misticismo de todos os tipos, do espiritismo, das religiões afro, etc. Até um certo sincretismo é notado em algumas igrejas ditas evangélicas, incorporando termos e nomenclatura própria destas religiões. A ética cristã fica fragilizada, reduzida a usos e costumes, em geral de caráter proibitivo e relacionados aos aspectos da sexualidade, sem qualquer desdobramento para outros aspectos da convivência social, da ética política, econômica, ecológica, etc. Finalmente, o membro comum de uma igreja evangélica, como representante legítimo da população brasileira, é, em geral, avesso ao exercício intelectual, mesmo que seja sobre as doutrinas básicas da fé cristã, relegando este tipo de atividade aos pastores, seminaristas e missionários, ao membro somente restam fórmulas prontas, a serem aprendidas e repetidas nas músicas e nos encontros de massa. Esta fragilidade doutrinária característica da maioria das igrejas evangélicas brasileiras torna seus membros presas fáceis para os praticantes de seitas, que trabalham duro para arregimentar novos adeptos.
   Qual a solução? Como fazer com que o cristão seja mais bem preparado? Bem, não existem fórmulas prontas, o que diremos a seguir são alguns conselhos práticos que podem ajudar, mas não é tudo. Primeiramente, é importante conhecer as doutrinas elementares. Este conhecimento tem dois aspectos: o universal e o confessional. O aspecto universal consiste em conhecer o que foi dito e o que foi concordado ao longo da história da igreja cristão sobre as doutrinas básicas, doutrinas estas que são compartilhadas pelos católicos romanos, ortodoxos e pelos protestantes de maneira geral. Os credos, apostólico e niceno, e a definição de Calcedônia, que estão em anexo a estas notas, são dois documentos históricos importantes que sintetizam as doutrinas elementares da fé cristã. O aspecto confessional consiste em conhecer bem as doutrinas de sua igreja, em nosso caso, a doutrina da igreja batista, que pode ser encontrada na declaração doutrinária e nos princípios batistas da Convenção Batista Brasileira
Em segundo lugar, o conhecimento da história da igreja também pode ser útil, pois muitos ensinamentos veiculados pelas seitas já foram veiculados no passado e refutados em outras ocasiões. Este conhecimento nos ajuda a colocarmos a discussão em um outro patamar, de onde podemos ter uma visão de longo alcance. Outro detalhe importante é conhecer a origem destas seitas principais, para percebermos o ridículo de suas afirmações, pois se eles estiverem certos, isto significaria que durante 18 ou 19 séculos de cristianismo, todos estavam errados, somente agora, depois que a seita deles foi fundada, é que o verdadeiro cristianismo está sendo anunciado. Não devemos nos esquecer, sobretudo, do amor, da sabedoria que vem do alto, para tratarmos com respeito e cuidado os membros de outras crenças, eles também precisam conhecer a verdade, o importante não é o embate de idéias, mas a identificação de almas, o relacionamento pessoal, o testemunho cristão e o amor fraternal, que nos identifica primordialmente como discípulos de Jesus Cristo.
5 Igreja, Católica por natureza, Protestante por metodologia
   O credo niceno possui um artigo de fé que diz: “Creio na igreja una, santa, católica e apostólica”. Não devemos confundir igreja católica e apostólica com a igreja de Roma, que tem como autoridade suprema o Papa. O termo “católico”, significa “universal”, assim a igreja católica é a igreja do Senhor Jesus Cristo, que teve início com os apóstolos e passou por dois milênios de história, muitos contratempos, mas também muitas vitórias, história esta a qual pertencem a tradição dos autores bíblicos do novo testamento, dos pais da igreja, dos grandes credos da cristandade, dos reformadores protestantes e todos quantos creram e proclamaram as virtudes daquele que nos tirou das trevas para sua maravilhosa luz. Esta igreja existiu em todas as épocas e hoje está presente em todas as igrejas (inclusive na romana), mas não se confunde com nenhuma comunidade de fé ou denominação específica. Esta igreja santa e una é que nos liga como irmãos na mesma esperança da vinda de Cristo e nos identifica como povo, de todas as raças povos tribos e nações. Portanto, a igreja, por natureza é católica, pois a salvação em Cristo foi dada gratuitamente a todos quantos nele crerem. É nesta igreja que estamos conectados ao apóstolo Paulo e ao irmão da tribo Zulu, na África. Também a igreja é universal pois respeita as particularidades de cada cultura, ao invés de suprimir a cultura, o evangelho vem para redimir a cultura, mas o japonês não deixa de ser japonês, de fazer as coisas de japonês, de comer as comidas de japonês, etc, porque se tornou cristão, assim também o árabe, não deixa de ser árabe, ou o indiano não deixa de ser indiano, usando roupas de indiano, falando como indiano, comendo como indiano, só porque recebeu o evangelho do Senhor Jesus. O lema desta igreja universal deve ser: “Nas coisas essenciais, unidade, nas coisas secundárias, liberdade, em tudo, amor”.

   Por outro lado, a igreja do Senhor Jesus deve ser protestante (inclusive nossos irmãos católicos romanos). Lutero enfatizou corretamente em sua reforma protestante o livre exame das escrituras por todos os cristãos e o sacerdócio universal do cristão. A todo o momento devemos nos alimentar com a palavra, passarmos nossa vida, nossas opiniões, nosso procedimento e nossas decisões à luz da palavra de Deus. Deus deve ser em última análise, o árbitro de todo o nosso viver, a autoridade suprema. Nossos valores devem ser medidos pela cruz do Senhor, todas as estruturas humanas são relativas e passageiras, elas somente servem como elementos organizadores. Nenhuma estrutura eclesiástica, ou autoridade humana deve tomar a primazia que somente o Senhor Jesus deve ter. Ser protestante é, sobretudo, viver de forma autocrítica, sempre disposto a voltar atrás, a corrigir os erros, a mudar de idéia (metanóia). A experiência de conversão não deve ser um evento pontual, mas um estilo de vida.

CONCÍLIO DE NICÉIA – ATANÁSIO CONTRA O ARIANISMO


Em 330 Constantino inaugurou a nova capital do império. No breve lapso de um quinquênio, a antiga vila de Bizâncio transformou-se na majestosa Constantinopla, também chamada de Nova Roma.

Um dos locais prediletos de residência e governo do imperador era a pequena cidade de Nicéia, perto de Constantinopla. Ali o imperador e sua corte administravam os assuntos da Igreja e do império do Oriente. Quando estava no Ocidente, Constantino morou em Milão, no norte da Itália. Roma ficou praticamente abandonada pela corte imperial. Foi em Nicéia que o imperador convocou os bispos da Igreja para resolver o debate a respeito da pessoa de Cristo e da Trindade.

O ARIANISMO
Ário era um presbítero em Alexandria que negou que Cristo fosse Deus. Ário ensinava que Jesus era divino, mas de uma divindade subordinada ao Pai. Segundo Ário, Jesus era um homem que não tinha uma alma humana, já que em seu caso a alma tinha sido substituída pelo “Logos”, ou seja, o Verbo de Deus. Esse “Logos” ou Verbo era um ser espiritual criado por Deus para habitar no homem Jesus. Assim sendo, em essência Ário negou tanto a humanidade de Jesus, já que ele não tinha uma alma humana, negando também sua verdadeira Deidade.

Ário era um pregador dinâmico e famoso, tendo uma personalidade atraente. Ele inventou um slogan sobre Cristo “houve um tempo quando ele não existia”, que se tornou famoso. Seus ensinamentos logo causaram consternação no império. Alguns bispos o condenavam como heterodoxo e herege. Outros o defendiam. Houve conflitos nas ruas, especialmente em Alexandria, e muitos morreram defendendo suas crenças.

O CONCÍLIO DE NICÉIA
O principal opositor das doutrinas de Ário foi Atanásio, também de Alexandria. Atanásio afirmava a unidade do Filho com o Pai, a divindade de Cristo e sua existência eterna. A contenda estendeu-se por toda a igreja. Depois de Constantino ter feito de tudo para solucionar a questão, sem obter êxito, convocou então, um concílio de bispos, o qual se reuniu em Nicéia, no ano de 325.

O concílio durou aproximadamente dois meses e tratou de muitas questões que confrontavam a Igreja. Aproximadamente vinte “cânones” ou decretos distintos foram promulgados pelo imperador e pelos bispos, que variavam desde a deposição de bispos relapsos até a ordenação de eunucos. Além disso, o bispo de Alexandria foi declarado “patriarca” dos bispos das regiões da África do Norte e arredores, e o bispo de Roma o legítimo líder emérito dos bispos ocidentais. O imperador conclamara o concílio para dirimir a controvérsia ariana, e era a respeito dela que os bispos mais queriam falar.

Dos 318 bispos presentes na abertura do concílio, somente 28 eram abertamente declarados arianos. O próprio Ário não recebeu permissão para participar do concílio por não ser bispo. Foi representado por Eusébio de Nicomédia e Teogno de Nicéia. Alexandre de Alexandria dirigiu o processo jurídico contra o arianismo. Foi auxiliado por seu jovem assistente Atanásio, que viria a sucedê-lo no bispado de Alexandria poucos anos depois. Atanásio, que então era apenas diácono, teve direito de falar, mas não votar. Apesar dessa circunstancia, conseguiu que a maioria do concílio condenasse as doutrinas de Ário, no credo de Nicéia. Ário foi excomungado, consequentemente afastado da igreja.

Contudo Ário estava politicamente bem amparado. Suas opiniões eram sustentadas por muitos membros influentes pertencentes às classes elevadas, inclusive pelo filho e sucessor de Constantino.

Em 335, pressões políticas tinham convencido o imperador Constantino a readmitir Ário para a comunhão da Igreja. Entretanto, de acordo com as resoluções sobre o governo eclesiástico definidas em Nicéia, somente o bispo de Alexandria poderia readmitir uma pessoa excomungada em sua jurisdição. Essa pessoa, no caso, era Atanásio que havia se tornado bispo de Alexandria em 328. Ele se recusou a readmitir Ário. Como resultado, Constantino depôs Atanásio e o baniu de Alexandria.

O novo bispo de Alexandria convocou um sínodo para a reversão da excomunhão e reinstalação de Ário, agora como bispo. Na noite anterior à cerimônia, Ário morreu de causas naturais, o que muitos cristãos viram como sendo o julgamento de Deus sobre o herege.

Atanásio, o grande defensor da fé ortodoxa, passou os próximos anos de sua vida sendo repetidamente banido e readmitido por diferentes imperadores, de acordo com os ventos políticos de cada momento. Ele passou muitos anos escondido em desertos e cavernas do Egito.

Atanásio produziu muitos documentos e tratados teológicos, mesmo sendo foragido, e defendeu a ortodoxia até o dia de sua morte.

Quando um amigo de Atanásio lhe disse: “Atanásio, o mundo está contra ti”, ele respondeu: “Assim seja, Atanásio contra o mundo”. Os últimos sete anos, Atanásio passou-os em Alexandria, onde morreu no ano de 373.

Suas ideias, muito depois de sua morte, foram vitoriosas e aceitas por toda a igreja, tanto no Oriente como no Ocidente. Foram consubstanciadas no Credo de Atanásio, que durante algum tempo se acreditava haver sido escrito por ele. Porém mais tarde descobriu-se que outra pessoa o escreveu.

sábado, 25 de junho de 2016

DEZ MANDAMENTOS

Resumo Novela “Os Dez Mandamentos”: próximos capítulos da trama da Record

Novela “Os Dez Mandamentos” – a Rede Record divulgou no resumo dos próximos capítulos da novela “Os Dez Mandamentos” que Lemuel pressente sua morte e diz que não quer morrer antes de ver seu filho Baraquias. No capitulo 060, sexta-feira, 24 de junho – Safira se despede de Ilan, enquanto Gahiji deseja boa viagem a Simut. Natan e Sara agradecem a hospitalidade de todos no acampamento. Moisés parte para Midiã com Zípora e sua família. Josué e Arão ficam para tomarem conta do acampamento. Algum tempo se passa e a família de Moisés, em Midiã, confraterniza em volta da fogueira. Eleazar explica a Finéias que foi escolhido para o sacerdócio, por isso não pode treinar espada com Josué. Moisés e Zípora se afastam um pouco dos demais e namoram sobre as estrelas. Eles se lembram de uma vida inteira juntos e agradecem a Deus por terem se encontrado. Moisés enterra os ossos de Jetro. Hebreus treinam espadas, em duplas, e Josué os orienta. Quemuel, líder da tribo de Efraim, vai a Josué e Calebe, e diz que quer ajudar no treinamento. Moisés e os familiares se emocionam ao chegarem na frente da casa de Jetro, em Midiã. Damarina sugere que eles voltem a morar no local e todos começam a se animar com a ideia. Eles também chamam Natan e sua família para ficarem por ali. Um grande ritual é realizado na sala do trono. Sacerdotisas dançam sensualmente e uma em especial está ao centro. Balaque e Elda olham satisfeitos. Emma avisa à Betânia que Cosby está no palácio. Talita diz ter aprendido a confiar no Deus de Adira e hoje é livre e feliz por isso. O ritual termina e a sacerdotisa que está ao centro é Cosby. Betânia chega para abraçar a filha, mas não é recebida com o mesmo entusiasmo.
Ela pede para ficar a sós com a filha. Zur recebe mais uma carta de Adira para os filhos, mas manda queima-la, como todas as outras. Cosby, sem paciência com a mãe, diz acreditar em outros deuses. Betânia insiste, mas a moça desdenha. A rainha as interrompe e diz que preparou um passeio para Cosby e as duas saem. Betânia fica frustrada. Algum tempo se passa. Moisés e Zípora retornam ao acampamento. Balaque se apavora ao descobrir que seus filhos estão mortos. Ele se apavora e lembra que a palavra de Balaão se cumpriu. Betânia, arrasada, diz para Haya que sua filha parece gostar mais da rainha do que dela e lamenta que Cosby seguiu o caminho que ela mais temia. Gahiji avisa que Simut e Jerusa permanecerão em Midiã. Zípora avisa a Moisés que precisam encontrar Adira e Betânia. Josué se emociona ao lembrar de Ana e diz para Calebe que até hoje ninguém sabe a causa da morte dela. Otniel lamenta por nunca ter conhecido sua mãe. Balaque, muito abalado pela morte dos filhos, recebe os cumprimentos de príncipes do reino e de sua família. Cosby chega e corre para abraçar o pai. O rei diz que essa maldição tem que ter fim e Zur diz que Balaão está cada vez mais poderoso, sendo procurado por todos os reis da região.
Ilan diz que quer participar dos treinamentos de combate, mas Safira não gosta da ideia. Baraquias se anima e diz que os hebreus precisarão passar por Hesbom para chegar à Terra Prometida. Algum tempo se passa. Moisés e Arão diante do povo, que murmura, e dizem que estão sem água, e que seria melhor ter ficado no Egito do que morrerem no deserto como animais. Moisés se enfurece e diz que está farto, que em todos esses anos, eles só sabe reclamar. Arão, que também fica irritado, diz que seu irmão tem razão, pois mesmo depois de tudo que presenciaram, eles ainda duvidam. Josué e Eleazar ficam preocupados ao saberem que o povo está murmurando. Arão e Moisés, irritados, vão em direção ao tabernáculo, colocam seus rostos no chão, e perguntam a Deus até quando ficarão ouvindo as reclamações do povo. A nuvem em cima do tabernáculo vira fogo e Deus fala com eles. O Senhor diz para Moisés falar com a rocha, que dela sairá água. Moisés e Arão diante do povo, visivelmente irritados. Moisés, em um momento de raiva, bate a ponta do cajado duas vezes com força na rocha e a água jorra por ela. O povo fica feliz e corre para se saciar. Deus chama por Moisés e pergunta porque ele bateu na rocha se era para apenas falar com ela. Ele e Arão não respondem. Deus avisa que não permitirá que eles conduzam o povo para a Terra Prometida.

Novela “Os Dez Mandamentos” Record: resumo dos próximos capítulos
No capitulo 061, segunda-feira, 27 de junho – Joana tenta consolar Arão, enquanto Moisés diz sábias palavras a Josué. Arão olha para o céu e pede perdão a Deus. A coluna se mexe, indicando que é hora de partir. O fenômeno vai guiando o povo pelo deserto. Algum tempo se passa. Oren, aflito, avisa a Adira que os hebreus estão chegando a Hesbom. Enfraquecido, Arão declara seu amor por Joana. Ela chora e diz que não vai aguentar ficar sem o marido. Arão se despede de sua família. Ele, sereno, diz a Moisés que chegou a hora. Arão se despede de todos e sobe ao monte Hor, acompanhado por Moisés e Eleazar. Ele avisa que está pronto para conhecer Deus. No alto do Monte Hor, Arão se despede de Moisés e Eleazar. Moisés veste Eleazar com as roupas do irmão. O Libertador escreve sobre a morte de Arão. Algum tempo se passa e Moisés diz palavras de força e apoio aos guerreiros hebreus. Seom reúne outros reis de reinos próximos para traçarem uma estratégia contra o povo hebreu. O rei de Hesbom diz ter um trunfo. Ele avisa que a esposa de Oren é cunhada de Moisés.Zur avisa ao rei Balaque e à rainha Elda sobre a aproximação dos guerreiros hebreus. Deborah se mostra preocupada com a ida de Eli ao combate. Oren tenta convencer Seom a desistir de guerrear contra o povo hebreu. Moisés se reúne com Calebe e Josué. Eles decidem que Hesbom é o próximo lugar a ser invadido. Moisés avisa que quer Adira viva. Oren avisa ao filho Ezequiel sobre o perigo que Adira está correndo. Iru debocha do jeito como Otniel treina com a espada. Adira questiona Oren sobre a decisão do rei de lutar contra o povo de Moisés. Ezequiel avisa à Leila sobre a aproximação dos hebreus. Em conversa com Noemi, Joana diz que sente um conforto por saber que Arão está junto de Deus. Adira suplica a Oren para que fujam em direção ao acampamento dos hebreus. O rei Balaque deixa Betânia tensa ao dizer que precisará chamar Balaão. Gahiji pede para Bezalel manter a fé pois eles encontrarão Leila. Oren surpreende Leila e Baraquias ao avisar que fugirão de Hesbom para encontrar os hebreus. Eleazer conversa com Inês e diz que é uma responsabilidade e tanto assumir a função de sumo sacerdote. Zípora diz estar ansiosa para reencontrar suas irmãs e sobrinhos. Moisés diz sábias palavras a Josué. Betânia alerta Cosby sobre o caráter de Balaão. A menina a desrespeita e Betânia lhe dá um tapa no rosto. A irmã de Zípora se arrepende, mas Cosby sai furiosa. Usando capuzes, Adira, Leila e Baraquias caminham apressados pelas ruas de Hesbom. Ezequiel se junta aos guardas que vigiam a saída da cidade. Bezalel lamenta a ausência de Leila e é consolado por Deborah. Oren chega ao portão de saída de Hesbom e ordena que os Oficiais deixem o local, exceto Ezequiel e mais três. O general faz sinal para Adira passar com Leila e Baraquias, mas, de repente, outros soldados surgem e barram a saída deles. Oren, Ezequiel, e os três Oficiais aliados sacam rapidamente as espadas. O general grita ordenando que Adira, os seus fujam. Eles começam a lutar contra os soldados do rei. Adira, Leila e Baraquias aproveitam o momento e fogem em direção à saída da cidade. O combate continua. Dois Oficias aliados de Oren são mortos. O general e Ezequiel lutam em desvantagem. Adira hesita em permanecer na fuga, mas Leila e Baraquias avisam que é preciso continuar. Abner diz a Zur que lutará contra os hebreus. Oren segue lutando enquanto Ezequiel é ferido na perna. Depois de derrotar os Oficiais do rei, o general tenta socorrer o filho. O rei Balaque ordena que Zur traga Balaão ao palácio para destruir Moisés. No acampamento, os hebreus cantam louvando a Deus em volta da fogueira. Oren leva o filho ferido até a casa de Jair. O rei é informado sobre a fuga de Oren e seus familiares. Adira, Leila e Baraquias chegam ao acampamento dos hebreus. Gahiji se emociona ao rever sua amada. Oren, Talita e Jair tentam salvar a vida de Ezequiel. Gahiji e Leila se abraçam emocionados. Ele agradece a Deus por reencontra-la. Adira abraça Gerson e Eliezer. Seom avisa que Oren pagará caro por ter lhe traído. Leila apresenta Baraquias a Gahiji. Em seguida ela abraça as filhas de Abigail e Zelofeade. Eliezer dá notícias para Adira sobre os seus filhos. Zípora e Moisés se emocionam ao reencontra-la. Bezalel chora de emoção ao reencontrar sua mãe.
No capitulo 062, terça-feira, 28 de junho – Leila se emociona ao reencontrar os filhos de Bezalel e Deborah. Baraquias é apresentado ao irmão. Leila recebe a notícia da morte de Abigail e fica impactada. Bezalel diz imaginar o quanto sua mãe pode ter sofrido. Leila começa a contar toda sua trajetória depois de ter sido sequestrada. Adira descobre que Ada morreu tragicamente. A irmã de Zípora implora para Moisés ajudar a encontrar Oren e Ezequiel. Enquanto são amparados pela família de Jair, Oren se preocupa como estado de saúde de Ezequiel. Decidido, o rei Balaque ordena que tragam Balaão ao palácio. Josué se surpreende ao ouvir Calebe dizer que Leila e Adira estão no acampamento. Safira diz estar feliz por Zípora ter reencontrado a irmã. Fineas teme a reação do rei. Calebe avisa que os hebreus precisam estar preparados para tudo. Moisés tranquiliza Adira dizendo que enviará uma comitiva para se informar sobre Oren e Ezequiel. Seom é avisado sobre a chegada dos hebreus no palácio. Revoltado, Abner confessa à Haya que sempre viveu bem sem os parentes hebreus. Oren, Jair e Talita seguem cuidando de Ezequiel. Josué, Calebe e Quenaz tentam negociar com o rei. Firme, Seom diz que impedirá a passagem do povo hebreu por Hesbom. Escondido, Abner presencia a conversa entre Zur e Elda. Ele se enche de ódio ao descobrir que Adira sempre tentou se comunicar por cartas. Josué avisa a Moisés sobre a decisão de Seom. O libertador ordena que o sobrinho reúna os homens. Leila fica aflita ao saber que Baraquias guerreará. Quenaz pede a Otniel para não ir à guerra, pois ele será mais útil protegendo o acampamento. Ezequiel começa a se recuperar do ferimento. Oren se espanta ao saber que o exército do rei enfrentará os hebreus. Ao saber do impasse entre Seom e os hebreus, Adira teme pela vida de Oren e Ezequiel. O rei observa a aproximação do exército hebreu. Josué lidera os homens rumo à Hesbom e os incentiva com palavras de fé. Seom grita pedindo aos amorreus para massacrarem os hebreus. Josué avisa que chegou a hora e manda seus homens avançarem. Enquanto treina com espada, Zur e surpreendido com a chegada de Abner. Eles começam a travar uma luta. Abner o questiona sobre as cartas enviadas por Adira. Zur acaba confessando e o provoca. Abner encosta aponta de sua espada na garganta de Zur, mas não tem coragem de matá-lo. Os hebreus iniciam o confronto contra o povo amorreu. O rei Seom observa a batalha. No acampamento, Leila segue reencontrando os outros hebreus. Adira se mostra confiante no poder de Deus. Os hebreus começam a levar vantagem no combate contra os soldados de Hesbom. Calebe avisa a Josué sobre a aproximação de um soldado inimigo e ele consegue se defender. Quenaz percebe que Iru está em perigo e consegue salvá-lo. Os soldados amorreus começam a recuar. Seom se mostra assustado. Betânia descobre que adira está viva e que Zur escondeu suas cartas o tempo todo. Zur conta a Elda sobre a descoberta de Abner. O rei Seom se apavora ao notar o avanço dos hebreus. Josué se aproxima de seom e manda o rei se entregar. Seom diz que nunca se entregará e parte para cima de Josué. O guerreiro hebreu enfia uma espada em Seom, que cai morto. Os hebreus tomam a cidade de Hesbom. Alguns oficiais amorreus pedem clemência. Josué discursa ao povo de Hesbom. Ele avisa que o rei Seom está morto. Oren e Ezequiel são surpreendidos com a chegada de Baraquias. Josué e os outros hebreus comemoram a conquista de Hesbom.
No capitulo 063, quarta-feira, 29 de junho – Oren descobre que o rei Seom esta morto. Ele pede para Ezequiel aguardar na casa de Jair enquanto buscam Adira. A irmã de Zípora fica angustiada para receber notícias da guerra. Inconformada, Betânia esbraveja com Zur por ele ter escondido as cartas de Adira. A princesa Aviva interrompe a conversa deixando-os na saia justa. Josué avisa a Moisés sobre a conquista de Hesbom. O Libertador parabeniza o sobrinho pela vitória. Zur disfarça e engana Aviva. Betânia não gosta de saber que ele sairá em busca de Balaão. Os soldados hebreus reencontram seus amigos e familiares no acampamento. Oren é apresentado a Gerson e Eliezer. Safira se emociona ao reencontrar Ilan. Adira e Oren finalmente se abraçam. Ela se tranquiliza ao saber que Ezequiel está bem. Balaque se despede de Zur e pede para não decepcioná-lo na busca a Balaão. O rei e a rainha Elda se impressionam ao descobrirem que os hebreus tomaram a cidade de Hesbom. Oren conhece Moisés e se oferece para lutar ao lado dos hebreus. Anoitece em Hesbom e Adira reencontra Ezequiel na casa de Jair. Bezalel e Baraquias conversam e trocam palavras de afeto. Em conversa com Leila, Gahiji dá noticias de Chibale e Radina. Zur segue a procura de Balaão. Abner desabafa com Betânia e diz que não pertence a povo algum. Iru avisa a Moisés sobre a aproximação de um exército inimigo. Oren diz para Adira que seguirá defendendo o povo hebreu. Betânia se decepciona ao saber que Cosby realizará sacrifícios ao deus Baal. Zur encontra Balaão. Deus pede para Moisés não ter medo. Zur pede para Balaão proteger seu povo contra os hebreus e oferece um baú com joias e riquezas ao feiticeiro. Balaão pede um tempo para responder. Oren alerta os hebreus sobre o exército do gigante rei Ogue. Moisés os tranquiliza ao dizer que falou com o Senhor. Betânia se decepciona ao ver o estado como a filha Cosby retornou do ritual. Adira e Zípora lamentam a ausência de Betânia. Jair e Talita trocam palavras de amor. Ezequiel agradece os cuidados de Eva e a elogia. Balaão diz que não amaldiçoará os hebreus. Preocupado, Zur observa o feiticeiro voltar para o interior da caverna. O exército do gigante rei Ogue se aproxima dos hebreus. Josué encoraja os soldados de Israel. Os dois exércitos partem par ao confronto. Com escudos, os hebreus se defendem de flechadas. Um soldado hebreu é ferido. Josué avança contra os inimigos. Balaque se enfurece ao descobrir que Balaão não os defenderá contra o povo hebreu. O exército de Israel continua confrontando os soldados do rei Ogue. Josué, bravamente, consegue matar um soldado inimigo. Oren salva Baraquias de um ataque. Josué leva a melhor contra os oponentes. O rei Ogue se irrita e parte para cima do guerreiro hebreu. Os soldados de Israel se assustam com o gigantismo do rei. Impotentes, Calebe e Quenaz observam Ogue se aproximar de Josué. Um soldado hebreu tenta atacar o rei, mas é esmagado com um golpe. O gigante Ogue avança com tudo na direção de Josué.
No capitulo 064, quinta-feira, 30 de junho – Calebe e Quenaz tentam defender Josué do ataque do gigantesco rei Ogue, mas não impedem o confronto entre o gigante e o guerreiro hebreu. No acampamento, os hebreus oram a Deus. Josué está prestes a ser ferido quando anjos descem do céu. Um anjo protege o guerreiro hebreu do ataque de Ogue. Com a ajuda divina, Josué consegue atingir o gigante. Os anjos transformam-se em homens vestidos de branco e ajudam os soldados hebreus. Finalmente o exército de Israel vence a batalha. Josué chega até a tenda de Moisés e avisa que algumas pessoas gostariam de falar com o libertador. Balaque se surpreende ao saber da vitória dos hebreus sobre o povo de Ogue. Moisés permite que alguns hebreus como Gahiji, Eldade e Bezalel não partam rumo à Terra Prometida. Betânia comemora a vitória dos hebreus. Zur alerta alguns soldados do palácio sobre a ofensiva dos hebreus. Moisés se despede de Oren. ZÍpora e Adira se recordam de momentos com a família. Adira, Eldade, Safira e outros hebreus chegam a Hesbom acompanhados de Oren. Josué e Calebe comemoram o avanço do exército de Israel. Gerson admira o companheirismo entre Moisés e Zípora. Joana avisa que seguirá para Hesbom e não acompanhará os hebreus até Canaã. Em conversa com Adira, Oren assume que mentiu e não entregou a mensagem a Moisés anos atrás. Ela o perdoa.
No capitulo 065, sexta-feira, 01 de julho – Zípora e Moisés trocam palavras de amor e adormecem. Ao amanhecer Moisés tem uma triste surpresa. Ele é confortado por Gerson e Eliezer. Uma nuvem se move sobre o Tabernáculo indicando que é hora dos hebreus partirem. A nuvem se transforma em uma coluna de fogo e conduz o povo. Algum tempo se passa. Balaque se assusta ao observar a quantidade de hebreus próximos à cidade de Quir. O rei ordena que Zur insista em trazer Balaão. Elda e Betânia conversam sobre o futuro de Quir. Zur chega à caverna de Balaão e oferece ainda mais riquezas. O feiticeiro se recusa a ajudá-lo e diz que falar com o Senhor dos hebreus. Adira se mostra preocupada com Betânia, Abner e Haya em Quir. Em Hesbom, Joana se recorda de momentos ao lado de Arão. Safira e Eldade a consolam. Inês e Eleazar ficam felizes por Fineas seguir os passos do pai no sacerdócio. Moisés alerta Josué sobre o perigo que Adira, Abner e Haya estão correndo ao lado de Balaque. Balaão diz a Zur que presenciou Miriã ser curada por Deus. O Senhor conversa com o feiticeiro e ordena que ele acompanhe Zur de volta a Quir. Cosby diz que não tem vontade de deixar o palácio e Balaque se sente orgulhoso. Montado em uma jumenta, Balaão segue em direção à cidade de Quir. O feiticeiro se espanta ao notar que o animal está falando com ele. Balaão então consegue ver um anjo de Deus.
Fonte: “Os Dez Mandamentos”, novela da Record – resumo dos próximos capítulos

Vem por aí: Todos os hebreus menores de 21 anos sobrevivem no deserto, além de Josué, Calebe, Eleazar e sua esposa Inês. Depois de 40 anos, Moisés está com 120 anos e leva o povo hebreu até o Mar Morto, entrada leste de Canaã. Moisés passa a liderança para Josué e morre. A partir daí, Josué e os sacerdotes fazem o Rio Jordão se dividir ao meio para o povo atravessar, como ocorreu no Mar Vermelho. Essa cena acontece na nova novela da Record: A Terra Prometida

domingo, 19 de junho de 2016

ANTIPAPA

Felix V, antipapa (1440-1449).

Anti-papa da Igreja Católica nascido em 04 de dezembro de 1383, em Chambery e faleceu no dia 07 de janeiro de 1451 em Ripaille. Antipapa entre 1440 e 1449, durante os pontificados de Eugene IV e Nicolau V . Seu nome verdadeiro era Amadeo de Saboya, foi o primeiro duque de Sabóia e recebeu o apelido do Pacífico.
Amadeo foi o filho do Conde Amadeus VII de Sabóia , a quem sucedeu em 1391 à frente de estados família. Como chefe de uma das mais poderosas casas nobres da Europa, e por causa do interesse que a Casa de Sabóia tinha na França, Amadeo estava envolvido nas lutas que enfrentou os burgúndios e Armagnacs . Em 1416, ele convenceu o Imperador Sigismund , como pagamento por seus serviços, convirtiese o então County Ducado de Sabóia, tornando-se o primeiro Duque da Casa. Em 1422 o imperador concedeu-lhe o condado de Geneva.
Em 1434, após a morte de sua esposa Maria de Borgonha, Amadeo decidiu dar assuntos políticos e dedicar-se à vida contemplativa. Para fazer isso, ele deixou seu filho Louis na frente de seus estados e retirou-se para o mosteiro de Ripaille, que ele havia fundado. Lá, junto com cinco de seu senhor fundou a Ordem de St. Maurice e deu uma vida monástica sob uma regra elaborada por ele mesmo.
Em 23 de Julho, 1431, em a mando do Papa Martinho V , embora a sessão de abertura foi feito pelo papa Eugênio IV, uma vez que Martin V tinha morrido em 20 de Fevereiro; Ele havia sido convocado o conselho ecumênico nono da Igreja do Ocidente, na cidade suíça de Basileia. O Basileo conselho foi marcado por fortes tensões que ocorreram entre aqueles que frequentam o mesmo, apoiado pelo imperador Sigismund I e o Duque de Milão e papa Eugênio IV, que não era a favor da doutrina conciliar. A crescente tensão entre as duas facções, especialmente quando uma revolta em Roma tinha causado o Papa teve de fugir para Nápoles, entrou em erupção no verão de 1436 quando o papa ordenou a transferência do Conselho de Ferrara. A maioria dos membros do conselho, em seguida, se recusou obediência ao Papa e continuou sua reunião em Basileia, onde as posições foram radicalizados, para que em 25 de junho de 1439 declarou deposto Eugênio IV, este por sua vez reagiu excomungando e declarando como hereges todos reunidos em Basileia. O conflito atingiu o seu pico quando o conselho 30 de novembro nomeado Amedeo de Sabóia como o novo papa. Amadeo, que era secular, com relutância, depois de longas negociações, escritório, em 5 de fevereiro de 1440. Ele tomou o nome de Felix V, e foi solenemente consagrado e coroado pelo cardeal d'Allamand a 24 de julho de 1440. imediatamente, em 23 de março, Eugenius IV excomungou em um conselho realizado em Florença.
O Cisma ainda estava ferida muito fresco tão diferentes estados cristãos recusaram o seu apoio a Amadeo de Sabóia, que só poderia ter o apoio geral dos suíços e seus súditos Sabóia. Ele também tinha o apoio dos Duques da Áustria e Tirol, a palatal Conde, da Ordem Teutônica e algumas universidades ligados ao Conselho de Basileia.
Escolhendo um leigo como Amadeo, homem virtuoso do outro lado e profundas convicções religiosas, ele respondeu à necessidade para o conselho para obter algum apoio em sua oposição ao papado. Amadeo foi um dos principais nobres do seu tempo, senhor dos territórios rico e extenso abrangendo França e Itália, e da qual poderia ameaçar a posição do papado.
Apesar da difícil posição de Felix V, ele estava constantemente preocupado em proteger os interesses da Igreja, sempre tentando encontrar maneiras de acabar com o cisma. Felix V mostrou continuamente seu compromisso com os princípios do Concílio de Constança, que tinha terminado o Grande Cisma do Ocidente.
Desde 1442, Enea Silvio Piccolomini, depois Pio II , serviu como secretário anti - papa Felix V. Naquela época os primeiros confrontos entre Felix V eo Basileo conselho, devido a diferenças ocorreram sobre o poder e distribuição papal rendas. Em 1443, veio a ruptura definitiva entre o anti-papa e do Conselho, de modo que a partir dessa data, Felix V contado apenas com a renda da diocese de Genebra para a sua subsistência, desde que aceitou sua nomeação papal tinha definitivamente renunciou ao ducado de Sabóia. Felix V conseguiu manter a sua posição precária por seis anos, até que finalmente, em 1449, ele renunciou e se inclinou para legitimar o Papa Nicolau V.

Após sua renúncia, Amadeo foi nomeado cardeal e vigário-geral dos Estados da Casa de Sabóia, cargos que ocupou até sua morte em 07 de janeiro de 1451 no mosteiro de Ripaille. Felix V foi o último anti-papa na história da Santa Sé.

sábado, 18 de junho de 2016

PAPA PAULO III


Sacrossanto Concílio de Trento – Sessão IV – As Sagradas Escrituras.
Celebrada no tempo do Sumo Pontífice Paulo III, em 08 de abril do ano do Senhor de 1546.
Decreto sobre as Escrituras Canônicas:
O Sacrossanto, Ecumênico e Geral concílio de Trento, congregado legitimamente no Espírito Santo e presidido pelos três legados da Sé Apostólica, propondo-se sempre por objetivo que exterminados os erros se conserve na Igreja a mesma pureza do Evangelho, que prometido antes na Divina Escritura pelos Profetas, promulgou primeiramente por suas próprias palavras, Jesus Cristo, Filho de Deus e Nosso Senhor, e depois mandou que seus apóstolos a pregassem a toda criatura, como fonte de toda verdade que conduz à nossa salvação, e também é uma regra de costumes, considerando que esta verdade e disciplina estão contidas nos livros escritos e nas tradições não escritas, que recebidas na voz do mesmo Cristo pelos apóstolos ou ainda ensinadas pelos apóstolos, inspirados pelo Espírito Santo, chegaram de mão em mão até nós.
Seguindo o exemplo dos Padres católicos,(Patrística) recebe e venera com igual afeto de piedade e reverência, TODOS os livros do Velho e do Novo Testamento, pois Deus é o único autor de ambos assim como as mencionadas tradições pertencentes à fé e aos costumes, como as que foram ditadas verbalmente por Jesus Cristo ou pelo Espírito Santo, e conservadas perpetuamente sem interrupção pela Igreja Católica.
Resolveu também unir a este decreto o índice dos Livros Canônicos, para que ninguém possa duvidar quais são aqueles que são reconhecidos por este Sagrado Concílio. São então os seguintes:
Do antigo testamento: cinco de Moisés a saber: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Ainda: Josué, Juízes, Rute, os quatro dos Reis, dois do Paralipômenos, o primeiro de Esdras, e o segundo que chamam de Neemias, o de TobiasJudite, Ester, Jó, Salmos de Davi com 150 salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria,Eclesiástico, Isaías, Jeremias com Baruc, Ezequiel, Daniel, o dos Doze Profetas menores que são: Oseias, Joel, Amós, Abdías, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonías, Ageu, Zacarias e Malaquias, e os dois dos Macabeus, que são o primeiro e o segundo.
Do Novo Testamento: os quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João, os Atos dos Apóstolos escritos por São Lucas Evangelista, catorze epístolas escritas por São Paulo Apóstolo: aos Romanos, duas aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, duas aos Tessalonicenses, duas a Timóteo, a Tito, a Filemon, aos Hebreus. Duas de São Pedro Apóstolo, três de São João Apóstolo, uma de São Tiago Apóstolo, uma de São Judas Apóstolo, e o Apocalipse do Apóstolo São João.

PAPA EUGÊNIO IV

Concílio Ecumênico de Florença.
Ata do concílio de Florença celebrado pelo Papa Eugênio IV, 1438-1445.[1]
Devemos agora tratar das Escrituras Divinas. Vejamos o que a Igreja Católica universalmente aceita e o que deve ser evitado:
Começa a ordem do Antigo Testamento: um livro da Gênese, um do Êxodo, um do Levítico, um dos Números, um do Deuteronômio, um de Josué (filho de Nun), um dos Juízes, um de Rute, quatro livros dos Reis, dois dos Paralipômenos, um livro de 150 Salmos, três livros de Salomão (um dos Provérbios, um do Eclesiastes, e um do Cântico dos Cânticos). Ainda um livro da Sabedoria e um do Eclesiástico. A ordem dos Profetas: um livro de Isaías, um de Jeremias com Cinoth (isto é, as suas Lamentações), um livro de Ezequiel, um de Daniel, um de Oséias, um de Amós, um de Miquéias, um de Joel, um de Abdias, um de Jonas, um de Naum, um de Habacuc, um de Sofonias, um de Ageu, um de Zacarias e um de Malaquias. A ordem dos livros históricos: um de Jó, um de Tobias, dois de Esdras, um de Ester, um deJudite e dois dos Macabeus.
A ordem das escrituras do Novo Testamento, que a Santa e Católica Igreja Romana aceita e venera são: quatro livros dos Evangelhos (um segundo Mateus, um segundo Marcos, um segundo Lucas e um segundo João). Ainda um livro dos Atos dos Apóstolos. As 14 epístolas de Paulo Apóstolo: uma aos Romanos, duas aos Coríntios, uma aos Efésios, duas aos Tessalonicenses, uma aos Gálatas, uma aos Filipenses, uma aos Colossenses, duas a Timóteo, uma a Tito, uma a Filemon e uma aos Hebreus. Ainda um livro do Apocalipse de João. Ainda sete epístolas canônicas: duas do Apóstolo Pedro, uma do Apóstolo Tiago, uma de João Apóstolo, duas epístolas do outro João (presbítero) e uma de Judas Apóstolo (o zelota).

CONCÍLIOS GERAIS

História dos Concílios Gerais da Igreja

Há muitas maneiras de estudar a História da Igreja Católica, é uma delas é olhar as decisões conciliares nestes dois milênios da Igreja. Um Concílio Geral consiste numa reunião formal de representantes da Igreja, junto com o Papa (mas nem sempre), para tomar decisões dogmáticas e pastorais, que possam ajudar no crescimento da Igreja, na eliminação dos erros e na difusão das verdades da fé. Em dois mil anos de existência, a Igreja reconhece 21 Concílios Gerais e ainda acrescenta o chamado “Concílio de Jerusalém”, reunião narrada nos Atos dos Apóstolos (At 15,1-40), como parte da Tradição da Igreja e dos seus ensinamentos. Não há nenhuma regra para que um Papa convoque um Concílio, ou seja, a constituição de um Concílio geralmente nasce de uma necessidade eclesial ou do desejo do Papa em solucionar certas crises na Igreja. 
Pedagogicamente podemos dividir os 21 Concílios Gerais da Igreja em quatro períodos. Os Concílios ficaram conhecidos pelos nomes das cidades onde o Papa, bispos e outros representantes da Igreja se reuniam para discutir os assuntos de fé e doutrina.
1. Concílios do Primeiro Milênio: Niceia I (325), Constantinopla I (381), Éfeso (431), Calcedônia (451), Constantinopla II (553), Constantinopla III (680-681), Niceia II (787), Constantinopla IV (869-870).
2. Concílios Medievais: Latrão I (1123), Latrão II (1139), Latrão III (1179), Latrão IV (1215), Lyon I (1245), Lyon II (1274), Vienne (1311-1312).
3. Concílios da Reforma: Constança (1414-1418), Basileia-Ferrara-Florença-Roma (1431-1445), Latrão V (1512-1517), Trento (1545-1548/1551-1552/1562-1563).
4.Concílios da Idade Moderna: Vaticano I (1869-1870), Vaticano II (1962-1965). Vamos falar um pouquinho sobre cada um deles. Não é nosso objetivo aqui descrever detalhadamente cada um desses concílios, mas apenas ilustrar alguns fatos ocorridos em cada um deles. Para maiores informações, no final, oferecemos uma bibliografia sobre o assunto.

1. Concílios do Primeiro Milênio: a Igreja Católica reconhece oito Concílios Gerais desse período. Os seis primeiros estão ligados entre si, uma vez que os assuntos de um se arrastavam para o outro. Eles trataram de assuntos de ordem doutrinal e teológica, na definição das grandes verdades da fé, como a divindade e humanidade de Jesus, o mistério da Trindade, a relação de Maria e Jesus. Os outros dois trataram de assuntos distintos, como o culto aos santos (Niceia II) e a estrutura da interna da Igreja (Constantinopla IV).

a) Niceia I: o assunto central desse concílio foi combater a heresia do Arianismo, que pregava a humanidade de Jesus e quase desconsiderava sua divindade. Foi convocado pelo Imperador Constantino e o Papa Silvestre I nem compareceu, mas mandou dois delegados. Havia grande problema com definições dogmáticas por causa da língua (grega e latim) e a questão do Arianismo, ainda que considerada herética, não foi resolvida e ainda levantou outras perguntas referentes a natureza de Jesus e da Santíssima Trindade.
b) Constantinopla I: foi convocado pelo imperador Teodósio. O texto original desse concílio se perdeu no tempo. Houve discussão sobre o arianismo e novamente foi escrito um credo cristão (niceno-constantinopolitano), colocando o Espírito Santo no mesmo patamar do Pai e do Filho. O papa Dâmaso não compareceu nem mandou delegados do ocidente cristão, mas ainda assim este concílio é considerado legítimo e parte da história da Igreja.
c) Éfeso: continuam as discussões cristológicas, sobre a natureza e vontade de Jesus Cristo. Também surge a questão relacionada com Maria e o Nestorianismo, que negava a maternidade divina da mãe de Jesus. O papa Celestino delegou Cirilo para representá-lo e a tese que venceu foi que Maria era também Mãe de Deus - “Theotokos” - ou seja, a unidade de Jesus foi garantida. Também foi decidido que nenhuma mudança no Credo Católico poderia ser feita posteriormente.
d) Calcedônia: este concílio reuniu-se para tentar ainda dizimar dúvidas que surgiram na doutrina sobre Jesus e a Santíssima Trindade. Foi um momento conturbado, no qual o papa Leão I apresentou um documento que resumia as principais doutrinas da Igreja até então. A principal decisão desse encontro foi a afirmação já feita anteriormente que Jesus é uma pessoa com duas naturezas distintas, humana e divina. Também reafirmou-se o Credo Niceno-Constantinopolitano. O papa Gregório I irá dizer mais tarde que estes primeiros quatro Concílios deveriam ter o mesmo prestígio dos Evangelhos pois são a coluna da fé católica.
e) Constantinopla II: convocado pelo Imperador Justiniano, este concílio foi conturbado e politicamente complicado. Havia ainda ranços heréticos do nestorianismo e do monofisismo para serem descartados. O papa Vígilio não compareceu, por que ele mesmo, extraoficialmente, parecia ser adepto da heresia do monofisismo. Acuado pelo imperador, o papa precisou voltar atrás e ceder em suas posições heréticas.
f) Constantinopla III: pode parecer absurdo, mas o centro desse concílio foi a vontade de Jesus: ele tinha vontade humana ou divina? A heresia do monotelismo, que afirmava que Jesus fundia em si as duas vontades foi derrotada. Assinado pelo Papa Agatão, este concílio fortaleceu ainda mais a tradição doutrinal que vinha sendo construída desde Niceia I.
g) Niceia II: passado o período crítico das heresias, o concílio de Niceia II abordou uma questão litúrgica prática: a veneração dos ícones e imagens dos santos e de Maria, situação conhecida com Iconoclastia. O papa Adriano I defendeu o uso das imagens como forma “artística” para ajudar na difusão do evangelho e de seus valores. Também foi aprovada a veneração de relíquias nas Igrejas.
h) Constantinopla IV: momento conturbado, este concílio foi mais político que eclesial ao colocar como questão de fundo o verdadeiro patriarca de Constantinopla, Fócio ou Inácio. As disputas foram acirradas e até hoje este concílio é considerado o mais irrelevante da história.

2.    Concílios Medievais: o poder do papado atingiu seu auge na Idade Média e os concílios desse período foram dedicados à organização da Igreja e ao controle de suas estruturas internas. Os documentos conciliares são aprovados exclusivamente pelo Papa, que passa a convocar e coordenar os trabalhos com pulso de ferro. Uma linguagem legalista e menos teológica invade os documentos conciliares e reafirma uma monarquia papal. O conjunto desses sete concílios pode ser visto dentro de um único conjunto de fortalecimento da hierarquia eclesiástica.




a) Latrão I: Latrão era a residência do Papa em Roma. Nessa residência acontecerão quatro concílios, todos reafirmando o poder papal na Igreja. O papa Calisto II impôs um ritmo formal ao encontro, que decidiu sobre as “investiduras”, ou seja, a nomeação de cargos eclesiásticos por leigos. Outro assunto foram as cruzadas à Terra Santa, que entrariam na pauta nos próximos concílios.
b) Latrão II: sem muita novidade, este concílio simplesmente reforçava a autoridade papal sobre a vida da Igreja local pelo mundo afora. A readmissão e o castigo aos heréticos entraram em pauta e este concílio começou a descrever com detalhes como deveriam ser tratados os infiéis. Foi convocado por Inocêncio II.
c) Latrão III: contou com um participação inédita em termos de concílio, conseguindo reunir participantes de quase todas as partes da Europa e delegados orientais. A afirmação da unidade papal foi discutida pois haviam cisma na Igreja e presença de antipapas. Neste concílio definiu-se as primeiras regras para a eleição papal a partir do colégio dos cardeais. Este concílio condenou os heréticos Cátaros e reafirmou suspensão de penitências para que se dispusesse a ajudar nas Cruzadas.
d) Latrão IV: concílios cada vez mais esplendorosos tomavam conta da Igreja e nesse encontro mais de 400 representantes de igrejas locais compareceram, além de mais de oitocentos representantes de instituições religiosas diversas. Neste concílio temos um “instantâneo” da Idade Média, descrito nos seus documentos e decisões. Houve grande discussão sobre penas aos heréticos e como investigar heresias entre as pessoas. Este concílio convocou mais uma Cruzada à Terra Santa e definiu relações entre cristãos, judeus e muçulmanos. Foi usada a palavra “transubstanciação” para falar do mistério eucarístico e estabelecido o dever de comungar ao menos na Páscoa de cada ano.
e) Lyon I: o objetivo desse concílio era político, derrubar o imperador Frederico II, acusado de heresia. Na verdade o papa Inocêncio IV não admitia o sucesso de negociações que Frederico havia conseguido com os muçulmanos. Este concílio se preocupou com o financiamento das Cruzadas e prometeu indulgências aos ricos que doassem dinheiro para as incursões da igreja no Oriente.
f) Lyon II: conduzido pelo Papa Gregório X, este concílio trabalhou com material trazido pelos bispos de suas dioceses de origem. Novas regras da eleição papal foram definidas. A unificação da Igreja Ocidental e Oriental esteve na pauta, com a retomada da questão do “filioque” (doutrina que afirma que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho e que é rejeitada pelo Oriente Cristão). A primazia de Roma sobre os patriarcado Orientais também foi pauta, mas sem solução clara. Outra conquista de Lyon II foi a definição do Conclave para a eleição do Papa.
g) Vienne: reunido num período em que o papado residiu em Avinhão (na França) este concílio teve forte influência secular. O rei francês Filipe queria que o atual papa, Clemente V, excomungasse seu antecessor, Bonifácio, por heresia, pois este tinha contrariado o rei francês com relação à Ordem dos Templários, ricos cavaleiros medievais. Clemente aparentemente cede, mas não passa os bens dos Templários para o rei francês e ainda faz um elogio a Bonifácio no concílio. Também houve a condenação do movimento das beguinas, uma espécie de vida religiosa paralela na Igreja. Este concílio também decidiu pelo ensino de idiomas clássicos e quase extintos nas universidades cristãs, para melhorar o estudo da Bíblia Sagrada.

3. Concílios da Reforma: A Alta Idade Média trouxe o maior desafio para a fé católica, o surgimento de conflitos sobre a autoridade papal e o começo do movimento protestante. Nesse período temos quatro concílios, entre eles o concílio de Trento, talvez o mais importante para a Igreja em todos os tempos. Uns dos temas mais discutidos nesse período foi o próprio poder dos concílios e se estes tinham autoridade maior do que o Papa. Esta questão foi chamada de Conciliarismo.

a) Constança: tinha como tarefa unir a Igreja do Ocidente, que se encontrava numa posição tão frágil que havia três papas ao mesmo tempo, cada um deles afirmando-se o legítimo sucessor de Pedro. Convocado pelo Papa João XXIII (este será deposto e considerado ilegítimo, e seu nome será depois assumido no século XX por outro papa, aquele que irá convocar o Vaticano II), o Concílio tinha que enfrentar o cisma para evitar que a Igreja se fragmentasse ainda mais. Este concílio trará as teses conciliaristas á tona, alegando que o próprio Papa é sujeito ao Concílio. Constança ainda declarou heréticas as ideias de Jan Hus, reformador sueco, e o condenou a morte. Este conturbado Concílio destituiu ainda os outros dois pretensos papas e elegeu, com cuidado, Martinho V. A última decisão conciliar foi aprovar a reunião da igreja em concílios a cada cinco anos.
b) Basileia-Ferrara-Florença-Roma: foi o papa Eugenio IV que convocou o concílio em Basileia, mas depois de um ano tentou suprimi-lo. Entretanto, os bispo conciliares pressionaram o papa e ele voltou atrás, acirrando a questão do poder do Concílio versus o poder papal. A discussão passou pela relação entre a Igreja do Ocidente e Oriente. Para resolver esta questão, Papa sugeriu a mudança do concílio para Ferrara e depois para Florença. Alguns bispos permaneceram na Basileia, e foram excomungados pelo papa. Em Florença a discussão com a Igreja Oriental abordou questões litúrgicas e a antiga questão do “filioque”. Estas questões somente aparentemente foram resolvidas, mas pouco tempo depois tudo voltou a ser como antes e o cisma permaneceu. O papa ainda transferiu o concílio para Roma onde o encerrou depois de alguns anos de turbulência. Se Constança viu a vitória do conciliarismo, em Basileia a força do papado centralizador voltou a ser hegemônica.
c) Latrão V: Julio II, o papa guerreiro, reuniu-se em Latrão no começo do século XVI para reafirmar a força do papado. Seu sucessor, Leão X. continuou o concílio com o ataque direto e duro contra as teses conciliaristas, afirmando que o concílio só existe com a presença e confirmação do Papa. Assuntos de disciplina eclesiástica também entraram na pauta, mas estes seriam mesmo enfrentados no próximo concílio, o de Trento. Latrão V entra na história como o concílio que levantou sérios problemas mas que não os enfrentou. Esta lacuna será fatídica, pois dela brota as críticas protestantes, sobretudo nas teses de Martinho Lutero. Neste Concílio, pela primeira vez, um bispo do “novo mundo”, da América, participou das discussões.
d) Trento: este é talvez o concílio mais falado, conhecido e questionado até hoje. Por mais de 300 anos as decisões de Trento moldaram a fé católica ao redor do mundo. Trento nasce de um momento de fraqueza da Igreja, pretende responder ao crescimento protestante e acaba por afirmar uma eclesiologia centralizada e centralizadora. Foram temas de Trento os grandes alicerces da Igreja: hierarquia, sacramentos, Tradição e Escrituras, costumes, devoções, formação intelectual do clero, poder papal, etc. Ao mesmo tempo em que defendia a Igreja naquele momento, Trento lançou as bases do que seria o catolicismo até o século XX. Suas decisões práticas ajudaram a reorganizar o modo de ser da Igreja, mas ao mesmo tempo, suas decisões não acompanharam o movimento da sociedade e a Igreja foi ficando a margem da História.

4.Concílios da Idade Moderna: entre os 306 anos que separam Trento do Vaticano I o mundo mudou muito e a Igreja ficou isolada em si mesma. Ideias iluministas, Revolução Industrial, mudanças políticas no mundo, tudo foi acontecendo ligeiramente e a Igreja vendo tudo da sacristia, alheia a realidade. A Igreja parecia ter medo do mundo.

a) Vaticano I: convocado pelo papa Pio IX teve como principal objetivo, num mundo marcado pela mudança e democratização das instituições, definir a infalibilidade papal. A Igreja sentia-se pressionada por dois grupos, um mais reacionário e outro mais aberto ao novo. Foram mais de 750 delegados neste concílio, reunidos agora dentro da Basilica de São Pedro em Roma. Os meios de comunicação, sobretudo o telégrafo, possibilitaram um alcance maior das notícias conciliares pelo mundo afora. O auge desse concílio foram as discussões para se chegar a definição que o papa tem “infalibilidade na sua autoridade doutrinária”, ou seja, a pessoa do papa não é infalível, mas somente as suas declarações feitas da cátedra de Pedro em questões de fé e de moralidade.
b) Vaticano II: o último e mais recente concílio geral da Igreja nasceu do espanto de todos. O velho papa de transição João XXIII, já com 77 anos, resolveu “arejar” a Igreja e provocou a maior revolução que a Igreja já conheceu na sua história. Isolada do mundo, a Igreja, pelo
Vaticano II, se viu obrigada a reorganizar sua vida e recuperar o diálogo com a sociedade circundante. Uma questão chave esteve presente no concílio: qual a relação entre o papa e o colégio dos bispos? E qual o papel dos leigos na Igreja? E qual a relação entre a Igreja e o mundo secular? Nos seus três anos de trabalho, o Concílio, aberto por João XXIII e concluído por Paulo VI, revolucionou o modo como a Igreja se via e como ela via o mundo. Passado cinquenta anos de história, conquistas do concílio já foram alicerçadas, como a liturgia em língua vernácula, outras parecem retroceder, como a centralização das decisões em Roma. De qualquer forma, ainda temos muito que aprender com as decisões conciliares do Vaticano II, um concílio profundamente pastoral e inovador.

 Resumo do texto: História dos 21 Concílios da Igreja – de Niceia ao Vaticano II Christopher M. Bellito Edições Loyola, 2010.